A Espanha e a
Bélgica aprovaram o alargamento dos poderes do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Esta é uma das medidas decididas pelos líderes europeus com o objectivo de combater o agravamento da crise da dívida.
O
FEEF é um instrumento europeu utilizado para assistir financeiramente países em dificuldades financeiras. A 21 de Julho, a
União Europeia decidiu ampliar os seus poderes e elevar a importância que é gerida por este fundo.
Como assumiu hoje o líder do FEEF,
Klaus Regling, este reforço do instrumento irá ajudar os estados-membros endividados a “comprarem tempo” para reorganizar as suas finanças.
Aumentar a quantidade administrada pelo FEEF iria, acreditam os líderes, acalmar os mercados, dado que o fundo teria melhores condições para eventuais ajudas adicionais dentro da Zona Euro.
Contudo, a expansão do FEEF tem de ser aprovada dentro de cada país. O intervalo de tempo necessário para que todos os estados-membros aceitem pode ser demorado.
O Parlamento da Áustria teve de adiar a votação, por não ter conseguido integrar o programa de discussão sobre o alargamento dos poderes do FEEF no debate de ontem. O
Ministério das Finanças espera que a votação possa ser possível ainda este mês.
Nowotny diz que líderes não estão conscientes de que criam problemas para a economia
Apesar de a Espanha e a Bélgica terem aprovado a nova legislação sobre o fundo europeu, a Alemanha é um exemplo de um parlamento em que só haverá votação a 29 de Setembro. A demora nas decisões nacionais já levou o
Banco Central Europeu (BCE) a mostrar preocupação.
Foi precisamente o governador do Banco Central da Áustria, Ewald Nowotny (na foto), igualmente membro do Conselho de Governação do
BCE, que veio a público mostrar esse medo.
“Honestamente, estou profundamente preocupado com estes desenvolvimentos. Temo que os actores não estejam conscientes sobre os riscos que criam para a economia global mas também para os seus próprios países”, disse Nowotny numa entrevista a uma rádio austríaca, citada pela Bloomberg.
“Essas emendas estão a ser actualmente validadas pelos parlamentos dos Estados membros da Zona Euro, e nós antecipamos que a expansão possa ser feita no início de Outubro, o mais tardar”, afirmou também hoje Christophe Frankel, director financeiro do FEEF, mostrando a expectativa de que já no próximo mês o fundo possa ter mais poderes.