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Atividade económica estabiliza em dezembro e aponta para “impacto muito menor” da segunda vaga

O crescimento da indústria ajudou a compensar a quebra dos serviços em dezembro, levando a atividade das empresas a estabilizar na reta final do ano. Os indicadores apontam, assim, para um impacto muito menos severo da segunda vaga da pandemia na Zona Euro.

Ricardo Almeida
16 de Dezembro de 2020 às 11:06
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Apesar dos confinamentos parciais impostos no contexto da segunda vaga da pandemia de covid-19, a atividade económica na Zona Euro deu sinais de estabilização em dezembro, sugerindo um impacto menos severo do que o observado na primeira vaga.

O PMI compósito, que mede a atividade da indústria e dos serviços, subiu de 45,3, em novembro, para 49,8 em dezembro, um nível próximo da estabilização, tendo em conta que a marca dos 50 pontos define a barreira entre a contração e a expansão. O resultado foi superior ao esperado, já que os economistas apontavam para uma ligeira melhoria para os 45,8 pontos.

A indústria teve um desempenho muito acima dos serviços, impulsionando o índice global, e as expectativas dos empresários são agora de um crescimento continuado, devido aos progressos das vacinas.

"A atividade das empresas da Zona Euro ficou próxima da estabilização em dezembro, com o crescimento mais forte da produção industrial a ajudar a compensar uma nova queda na atividade do setor de serviços. De forma encorajadora, as expectativas de produção futura saltaram para máximos de 32 meses, com as perspetivas a melhorarem devido às notícias recentes sobre o desenvolvimento de vacinas", lê-se no relatório da Markit Economics.

A melhoria deste indicador em dezembro eleva para 48,4 o PMI compósito do quarto trimestre que, apesar da queda face aos 52,4 do terceiro trimestre, fica muito acima do nível registado entre abril e junho "sugerindo que o impacto económico da segunda vaga de infeções foi muito menos severo do que o da primeira vaga", sublinha o relatório.

"A contração do quarto trimestre parece muito menos acentuada do que o impacto da pandemia que vimos no início do ano, embora o quadro seja muito heterogéneo por setor", afirma Chris Wiliiamson, economista-chefe da Markit Economics, citado no relatório. "As empresas também estão cada vez mais otimistas em relação ao ano que vem".

No entanto, o responsável alerta que as medidas de restrição em vigor nos países do euro deverão continuar a condicionar, sobretudo a atividade dos serviços, em 2021.

"Embora a indústria esteja a reportar um forte crescimento, alimentado pelo aumento das exportações e um desempenho explosivo da Alemanha em particular, o setor de serviços permanece em declínio num contexto de restrições e de distanciamento social. Muitas dessas medidas de contenção deverão permanecer em vigor por algum tempo, restringindo a economia à medida que entramos no novo ano", conclui.

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