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Sociedade de Esclerose Múltipla já recuperou do “buraco” deixado pela assessora da Raríssimas
Manuela Duarte Neves, o “braço-direito” da ex-presidente da Raríssimas, tinha deixado, em 2015, um prejuízo de 144 mil euros na Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla. Esta IPSS garante que “alcançou uma recuperação financeira” e prevê fechar 2018 com lucros de 20 mil euros.
A Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) garante que recuperou do "buraco" de 144 mil euros deixado por Manuela Duarte Neves, que foi secretária-geral da instituição até 2015, cargo de que foi afastada compulsivamente, tendo passado directamente para a Raríssimas, onde é a coordenadora jurídica da instituição e era o "braço direito" da ex-presidente Paula Brito e Costa.
Sob a nova direcção da SPEM, nestes "três anos de mandato" a instituição " alcançou uma recuperação financeira muito significativa, passando de um resultado negativo de 144 mil euros em 2014 para uma previsão de 20 mil euros de resultado positivo em 2018", garante a IPSS liderada por Jorge Pereira.
Em comunicado enviado ao Negócios, o presidente da SPEM afirma que "esta recuperação teve por base um rigoroso controlo das contas, um trabalho consistente de angariação de fundos dirigidos a projectos específicos e uma política, assumida desde o início do actual mandato, de total garantia das regras estatutárias da sociedade, não atribuindo qualquer remuneração aos membros dos corpos gerentes, que desenvolvem tarefas executivas em regime de completo voluntariado".
Ou seja, "segundo números divulgados por um responsável da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade", a SPEM deixou de fazer parte dos "5% destas instituições que têm dirigentes remunerados".
Eis algo que não acontecia ainda há pouco mais de dois anos, já que Manuela Duarte Neves recebia de forma ilegal mais de dois mil euros mensais quando era secretária-geral da instituição, de acordo com a então directora financeira da SPEM, Susana Protásio, em declarações ao "Jornal de Notícias" do passado sábado, 16 de Dezembro.
Segundo os recibos de vencimento a que o JN garante que teve acesso, Manuela Duarte Neves auferia 2.232 euros, longe dos 1.300 euros aprovados na reunião de direcção.
Entre os actos praticados pelo então secretária-geral da SPEM, descritos por Susana Protásio, incluem-se o pedido à farmacêutica Merck para pagamento de um doutoramento a uma amiga actriz, avenças à empresa de advogados da qual era colaboradora, a contratação de uma secretária ou pedidos de apoio mal formulados.
"Achei estranho ela [Manuela Duarte Neves] sair da SPEM com um processo destes, ir para a Raríssimas, e a Paula [Brito e Costa] nunca ter ligado para a SPEM, até porque tínhamos o mesmo contabilista", insurgiu-se Susana Protásio, contra a qual Manuela moveu um processo por difamação, que acabou arquivado.
(Notícia actualizada às 13:32)