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"As Forças Armadas estão serenas mas não estão submissas"

O presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, advertiu hoje que as Forças Armadas "estão serenas, mas não estão submissas", no final da manifestação que reuniu milhares de militares em Lisboa.

Bruno Simão/Negócios
15 de Março de 2014 às 19:19
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"As forças armadas estão serenas, mas não estão submissas nem submetidas às más vontades de quem quer que seja", declarou António Lima Coelho, na sua intervenção no final da manifestação que reuniu hoje milhares de militares e familiares, frente à Assembleia da República.

 

O dirigente anunciou que seria ainda hoje entregue um documento com as principais preocupações dos militares das Forças Armadas a "um representante da Presidente da Assembleia da República".

 

Resumindo o "estado de espírito" dos militares portugueses, Lima Coelho frisou que quando "se chega ao limite de terem que se manifestar" é porque "as coisas estão seriamente mal".

 

"Não nos obriguem a vir para a rua gritar porque está na hora de irem zarpar", apelou, perante os aplausos dos manifestantes, que deram o protesto por terminado entoando o Hino Nacional, tal como tinham feito à chegada.

 

Numa intervenção anterior, o presidente da Associação de Praças, Luís Reis, destacou o aumento das situações de insolvência de militares, e deixou críticas ao ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que recebeu os primeiros assobios e vaias dos manifestantes.

 

Segundo Luís Reis, aumentou nos últimos anos o número de militares em "situação de insolvência", em consequência dos cortes nos vencimentos e nas pensões.

 

Um militar da Força Aérea disse à agência Lusa que hoje em dia é "normal" ver "camaradas levarem da messe o jantar para as famílias em casa".

 

Luís Reis criticou também as alterações aos regimes específicos dos militares, que disse constituírem um "ataque sem precedentes às Forças Armadas e aos militares que nelas servem".

 

"E o ministro da Defesa e o governo a que pertence têm feito alguma coisa para resolver esta situação?", questionou, suscitando uma reação de repúdio por parte dos manifestantes, que assobiaram Aguiar-Branco e o Governo PSD/CDS-PP.

 

"Gatunos" e "os militares não são ladrões" foram frases proferidas por alguns militares durante o protesto frente à Assembleia da República, que decorreu de forma pacífica.

 

Um grupo de alunas do Instituto de Odivelas presente no desfile dos militares quebraram o silêncio dos manifestantes com canções e palavras de ordem em protesto contra o encerramento anunciado daquele colégio feminino, que integra o ensino militar.

 

António Lima Coelho referiu-se à forma ordeira como decorreu a manifestação, desde o Largo Camões até à Assembleia da República, afirmando que os únicos degraus que os militares querem subir "são os degraus da Justiça".

 

Na escadaria da Assembleia da República, protegida por barreiras de segurança, e jardins adjacentes, estavam algumas dezenas de elementos das equipas de Intervenção Rápida da PSP.

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