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Arguido do "Face Oculta" diz que não conhece Manuel Godinho

O arguido no processo Face Oculta José António Contradanças negou, à saída do Juízo de Instrução Criminal de Aveiro, conhecer o empresário Manuel José Godinho, principal suspeito neste caso.

11 de Novembro de 2009 às 12:28
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O arguido no processo Face Oculta José António Contradanças negou, à saída do Juízo de Instrução Criminal de Aveiro, conhecer o empresário Manuel José Godinho, principal suspeito neste caso.

"Nunca estive com ele, só o conheço agora dos jornais", disse o administrador da Industria de Desmilitarização da Defesa (IDD) José António Contradanças, referindo-se a José Godinho.

O empresário e arguido esteve a ser ouvido hoje de manhã pelo procurador do Ministério Público durante cerca de duas horas, saindo acompanhado pelo seu advogado pouco depois das 12:00.

O advogado de António Contradanças, José Paulo Dias, informou que o arguido vai ficar com termo de identidade e residência.

José Paulo Dias realçou ainda que o tratamento dado ao seu constituinte é o "menos gravoso" e que o seu cliente "tem vindo a ser prejudicado na vida pessoal e profissional por estas situações".

O advogado sublinhou ainda que o seu cliente está envolvido no processo "indevidamente": "No meio desta espuma toda há pessoas que são apanhadas na volta. Estão aqui porque alguém refere os seus nomes impropriamente".

Segundo a investigação, o arguido José António Contradanças, vogal do conselho de administração da IDD, teria sido contactado para favorecer as empresas de Manuel Godinho nos concursos e nas consultas públicas de adjudicação, nomeadamente na adjudicação directa de contratos de prestação de serviços na área de tratamento de resíduos.

O juiz presidente da comarca Paulo Brandão informou entretanto os jornalistas que, ao contrário do que tinha dito antes, João Godinho, filho do empresário José António, não irá ser ouvido ainda hoje pelo juiz de instrução criminal. Paulo Brandão escusou-se a explicar as razões pelas quais foi adiada a audição de João Godinho.

A PJ desencadeou a 28 de Outubro a operação Face Oculta em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.

No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 15 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, ex-ministro socialista e vice-presidente do BCP (que suspendeu as funções), José Penedos, presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho.

Desde 30 de Outubro, aquando do início dos interrogatórios judiciais, um arguido foi colocado em prisão preventiva (o empresário Manuel José Godinho) e três outros foram suspensos de funções: Manuel Guiomar, quadro da Refer, Mário Pinho, funcionário da Repartição de Finanças de São João da Madeira, e José Lopes Valentim, também quadro da Refer-Rede Ferroviária Nacional.

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