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Argentina falha pagamento ao FMI

A Argentina falhou um pagamento de 2,9 mil milhões de dólares (2,59 mil milhões de euros) ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com o Governo da segunda maior economia da América Latina a pressionar responsáveis do fundo para facilitarem condições de pa

10 de Setembro de 2003 às 09:40
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A Argentina falhou um pagamento de 2,9 mil milhões de dólares (2,59 mil milhões de euros) ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com o Governo da segunda maior economia da América Latina a pressionar responsáveis do fundo para facilitarem condições de pagamento num novo acordo a três anos.

O Executivo, que tem responsabilizado o FMI pelo incumprimento no pagamento da dívida de 95 mil milhões de dólares (84,91 mil milhões de euros) em 2001 e pela desvalorização do peso argentino, afirmou que quer proteger os 13,6 mil milhões de dólares (12,16 mil milhões de euros) por si detido em reservas de divisa estrangeira.

José Octávio Bordon, o embaixador argentino nos EUA, afirmou que o primeiro acordo plurianual do seu país com o FMI desde o incumprimento em 2001 está muito perto de alcançar.

«A Argentina não está a negligenciar os seus compromissos internacionais, mas está antes a renegociar com dignidade», afirmou José María Diaz Bancalari, líder da coligação do poder do Partido Peronista na câmara baixa argentina.

«Queremos que as organizações multilaterais assumam alguma da responsabilidade pela crise dos últimos anos. Se continuarem a insistir nas mesmas medidas, não pagaremo», afirmou a mesma fonte em entrevista, citada pela Bloomberg.

O incumprimento no pagamento da dívida implica o adiamento das negociações com os detentores de títulos de dívida pública argentina para a reestruturação do empréstimo, para além de afastar novo investidores quando mais dívida for emitida.

Responsáveis do Governo argentino têm vindo a afirmar que pretendem revelar uma proposta para um novo escalonamento da dívida na reunião com o FMI em Dubai e que se encontra agendada para 23 de Setembro.

O FMI normalmente só considera que um pagamento falhou depois de ter corrido um mês após a data em que era suposta a realização do reembolso. Apenas meia dúzia de países, onde se incluem o Iraque, Libéria e Sudão, perderam a qualidade de membros do FMI por não terem cumprido as suas obrigações financeiras.

O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, que tomou posse em Maio está a pressionar o FMI para facilitar as condições de pagamento num acordo a três anos que obrigaria o Governo a cortar na despesa pública, a compensar bancos por perdas incorridas no incumprimento de 2001 e a terminar o congelamento dos aumentos das tarifas por parte das «utilities» do país.

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