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Área ardida aumentou 400% nos incêndios de 2015

Entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto registaram-se 2.655 fogos florestais e arderam 43.844 hectares de floresta em Portugal. Viana do Castelo é o distrito mais afectado.

Carlos Barroso/CM
18 de Agosto de 2015 às 17:45
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A base de dados nacional de incêndios florestais registou até 15 de Agosto um total de 12.810 ocorrências (2.655 incêndios florestais e 10.155 fogachos) que resultaram em 43.844 hectares de área ardida, entre povoamentos (21.934) e matos (21.910). Em igual período do ano passado "apenas" tinham ardido 8.886 hectares, o que representa um aumento de quase 400% em 2015.

Para se ter uma noção do agravamento das consequências dos fogos florestais em 2015, entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro do ano passado, os dados oficiais disponíveis apontam para uma área ardida de 19.696 hectares. Este ano, só até meados de Agosto, quando faltam ainda dois meses e meio para o término da operação, já tinha ardido o dobro dessa área, em consequência do triplo das ocorrências.

Os dados actualizados até ao passado sábado, analisados pelo Negócios, foram adiantados esta terça-feira, 18 de Agosto, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Nesse relatório, o instituto público prefere comparar os valores de 2015 com o histórico da década anterior (de 2005 a 2014), da qual resulta um panorama mais simpático do drama que ainda se viveu há uma semana em vários locais do Norte e Centro do país.

Face aos valores médios da última década, até 15 de Agosto deste ano registaram-se mais 4% de ocorrências, mas "ardeu menos 22%". "Os anos de 2005, 2006, 2010 e 2012 são os quatro anos, do período em análise, que registaram valores de área ardida superiores aos registados em 2015, nos períodos homólogos", lê-se no relatório provisório elaborado pelo Departamento de Gestão de Áreas Classificadas, Públicas e de Protecção Florestal.

Grandes incêndios queimam 60% do total

Até ao último sábado foram contabilizados 61 grandes incêndios (assim considerados quando a área total afectada ultrapasse a centena de hectares), que "queimaram 26.179 hectares de espaços florestais. Ou seja, cerca de 60% do total da área ardida este ano. O maior incêndio ocorreu a 8 de Agosto na freguesia de Candemil, no concelho de Vila Nova de Cerveira: as estimativas apontam para três mil hectares de floresta queimada.

Este grande incêndio contribuiu em grande parte para que Viana do Castelo fosse o distrito mais afectado (8.649 hectares), seguido da Guarda (6.111 hectares) e Braga (5.642 hectares). Já em número de ocorrências surge em primeiro lugar o distrito do Porto, com um total de 3.135. No entanto, 90% dos casos são fogachos, isto é, situações de reduzida dimensão que não ultrapassam um hectare de área ardida.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve, desde o início do ano e até 17 de Agosto, um total de 51 pessoas por causa de incêndios florestais, mais 20 do que em igual período do ano passado, tendo identificado mais 308 face ao período homólogo, num total de 690 pessoas.

Em comunicado citado pela Lusa, a GNR informou ainda que houve registo de 16.296 ocorrências, mais 9.005 do que em 2014, o que representa um aumento de 123%. Só em 1% das ocorrências é que o incêndio florestal teve causas naturais, contra 43% que teve origem negligente, 17% em que foi intencional, 9% de reacendimentos ou 30% em que as causas foram desconhecidas.
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