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António Guterres: Gostaria de ver português como língua oficial da ONU

O futuro secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou esta segunda-feira que gostaria de ver o português tornar-se uma das línguas oficiais desta organização, mas referiu que essas decisões competem à Assembleia-Geral da ONU.

Reuters
31 de Outubro de 2016 às 22:36
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António Guterres assumiu esta posição em declarações aos jornalistas, à margem da XI conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília, no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

 

Questionado sobre que papel terá a língua portuguesa quando for secretário-geral da ONU, António Guterres respondeu: "Eu suponho que essa não é uma questão do secretário-geral, é uma questão da CPLP, dos países de língua portuguesa. Sei que existe essa aspiração, e essa é uma aspiração muito importante".

 

"Naturalmente que eu próprio gostaria muito de ver isso concretizar-se, mas essas são decisões da Assembleia-Geral das Nações Unidas. E uma vez mais digo: ainda não sou secretário-geral das Nações Unidas", acrescentou.

 

Atualmente, a ONU tem seis línguas oficiais: o castelhano, o inglês, o mandarim, o russo, o francês e o árabe.

 

Sobre a reforma das Nações Unidas, Guterres repetiu o que tinha dito em abril na sua audição perante a Assembleia Geral da ONU, citando o antigo secretário-geral desta organização Kofi Annan: "Não haverá uma reforma das Nações Unidas completa enquanto o Conselho de Segurança, ele próprio, não se reformar".

 

No seu entender, "o papel do secretário-geral deve ser o de procurar facilitar o diálogo para que seja possível avançar num domínio que se tem verificado tão difícil nos últimos tempos".

 

Interrogado sobre se espera que os direitos humanos venham a ser respeitados em todos os países da CPLP, Guterres deu uma resposta geral: "Uma das missões de todas as organizações internacionais é a de trabalhar com os seus próprios Estados membros no sentido de que a agenda universal dos direitos humanos, que é hoje uma componente essencial do nosso património civilizacional, possa também ser adotada por todos eles".

 

O ex-Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados foi também questionado sobre a relação entre a Rússia e os Estados Unidos, mas não quis pronunciar-se sobre o tema, que disse não ser uma preocupação sua neste momento prévio à sua entrada em funções.

 

"Eu não sou ainda o secretário-geral das Nações Unidas, isso só a partir de 1 de Janeiro. E como é evidente essas são matérias que escapam inteiramente àquilo que são as minhas preocupações neste momento: preparar-me o melhor possível para assumir as minhas funções no dia 01 de janeiro e para estar ao serviço de toda a comunidade internacional", afirmou.

 

Esta foi a quinta vez que António Guterres falou publicamente desde que está em Brasília, para participar na Cimeira da CPLP, a convite do Presidente do Brasil, Michel Temer.

 

A primeira foi no domingo à noite, numa receção à comunidade portuguesa, com a presença do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa. Hoje, falou antes e depois de ser recebido por Michel Temer e discursou na sessão de abertura da Cimeira da CPLP.

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