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Almerindo Marques: Sampaio e Constâncio ignoraram alertas sobre a Caixa em 2002

O ex-gestor da Caixa Geral de Depósitos revela, em declarações ao Jornal Económico, que o ex-governador do Banco de Portugal nada fez depois de o ter alertado para os riscos no crédito. De Belém também não terá havido reações aos avisos.

David Martins/Correio da Manhã
22 de Fevereiro de 2019 às 09:19
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Em declarações ao Jornal Económico desta sexta-feira, Almerindo Marques, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD), garante que, em 2002, o então governador do Banco de Portugal ignorou os alertas para falhas no controlo de risco de crédito no banco público. Constâncio, afirma, terá alegado que o supervisor "não tinha recursos para mandar fazer uma auditoria" e que não era "conveniente" avançar com base numa denúncia como a que estava em cima da mesa.

Almerindo Marques esteve também em Belém, onde falou com o presidente da República, Jorge Sampaio, e lhe transmitiu as mesmas preocupações. Esta reunião foi confirmada ao Jornal Económico pelo então presidente.

À data, a CGD era liderada por António de Sousa e Almerindo Marques saiu em choque com o presidente.

A auditoria da EY à gestão da Caixa entre 2000 e 2015 revelou, entretanto, a existência de vários créditos de valores elevados, concedidos pelo banco público de forma irregular e sem respeitar pareceres internos e em operações de risco.

Almerindo Marques acrescenta ainda que, quando saiu da Caixa, escreveu ao então ministro das Finanças, Oliveira Martins, explicando as suas razões e, mais uma vez, alertando para os riscos de crédito e financiamentos irregulares que detetara. Oliveira Martins, disse, recomendou-lhe que avisasse o Banco de Portugal, ao qual, como regulador, cabia avaliar essas questões.

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