António Borges, que era administrador da Jerónimo Martins, morreu hoje, aos 63 anos.

"A morte de António Borges faz deste um dia triste para Portugal, que perde um homem de grande cultura, com uma enorme independência e uma mente brilhante. Era um verdadeiro senhor", afirmou Alexandre Soares dos Santos.

"Teve uma trajectória académica e empresarial com uma projecção e mérito invulgares, nacional e internacionalmente, que o tornaram uma fonte de conhecimento ímpar e alguém cuja análise e opinião tinham o potencial de contribuir para se tomarem melhores decisões, nas mais diversas matérias", acrescentou.

O empresário sublinhou que o economista "não tinha medo da controvérsia nem das críticas, algumas vezes fáceis e populistas, de que também foi alvo e insistiu sempre em dizer o que pensava que seria o melhor caminho" para Portugal.

"Essa mesma coragem e determinação demonstrou nos últimos anos face à brutalidade da doença que o atingiu. Nunca faltou a uma reunião importante, participou sempre com o melhor do seu conhecimento e capacidade analítica, e nunca esquecerei o esforço e o sentido de compromisso que o levaram à Colômbia, em Março deste ano, onde nos acompanhou no arranque da nossa operação, como se a doença não tivesse qualquer poder sobre ele", adiantou.

A 13 de Março deste ano a Jerónimo Martins arrancou com a sua operação na Colômbia, ao inaugurar as suas primeiras lojas Ara na região colombiana de Pereira, evento onde António Borges esteve presente, apesar de doente. "A verdade é que o cancro acabou por derrotá-lo, mas nunca vencerá o exemplo de máximo profissionalismo, competência e dignidade que deixa a quem o conheceu e privou com ele".

Alexandre Soares dos Santos sublinhou ainda que o conselho de administração do grupo Jerónimo vai sentir "muito a sua falta" e que "o seu contributo" não será esquecido.