Os Estados Unidos e a União Europeia estão em disputa por causa das ajudas financeiras às fabricantes de aviões Boeing e Airbus. Ambos apelaram à Organização Mundial do Comércio para interferir, pondo fim ao processo negocial que dura desde o ano passado, colocando a instituição no meio do processo mais importante dos seus 10 anos de existência.

Os EUA puseram um processo à Europa, na Organização Mundial do Comércio, sobre alegados subsídios concedidos à Airbus por quatro estados membros da UE: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Em resposta à acusação, a União Europeia decidiu apelar à OMC para esta se pronunciar sobre a legalidade dos subsídios concedidos pelos EUA à Boeing.

Os Estados Unidos e a UE estavam em negociações para decidir sobre os apoios às produtoras de grandes aviões comerciais.

«Desde que tomei posse em Novembro do ano passado tenho tentado sempre resolver esta disputa através da negociação, apesar da minha preocupação crescente acerca da escala de apoios governamentais e outros apoios públicos à Boeing. Mas cheguei à conclusão que os Estados Unidos só querem falar sobre o fim imediato dos investimentos europeus na Airbus, e nunca quiseram ter uma discussão séria sobre os programas de subsídios muito maiores para a Boeing», disse o comissário do comércio, Peter Mandelson, numa declaração publicada no «site» Europa.

«Estou confiante que os investimentos realizados na Airbus são compatíveis com as regras da OMC», acrescentou a mesma fonte.

A Boeing e a Airbus são as únicas fabricantes de aviões comerciais do mundo, sendo por isso concorrentes. Ambas as empresas recebem apoios estatais para o desenvolvimento de novos aviões.