O tema foi lançado pelo secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, que já se vê no papel de primeiro-ministro e, caso venha a ser eleito, admitiu até poder vir a encomendar "um novo relatório Porter que identifique os setores e as áreas onde já temos competências instaladas, mas onde devemos apostar para transformar a economia e qualificarmo-nos".

Para o advogado Luís Miguel Henrique, a proposta do líder do PS é relevante, num tempo em que os partidos poucas ideias estruturadas discutem. "A ideia de Pedro Nuno Santos não só não me assusta como me seduz", afirmou no videocast o Advogado do Diabo. 

Para Luís Miguel Henrique, a proposta "pode fazer sentido e merece atenção". "Não me choca a possibilidade de se discutirem apoios" a setores específicos da economia, diz, rejeitando o argumento do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que não deve ser o Estado a definir as áreas de investimento.

Neste episódio, o advogado lembra que nos dias que correm "as mensagens passadas pelos políticos roçam a falta de utilidade", sendo que no caso da proposta de um novo relatório Porter, este não é o caso.

Em 1992, o então ministro da Indústria Mira Amaral encomendeu a Michael Porter um trabalho para fomentar a competitividade da economia portuguesa. O documento foi entregue ao governo de Cavaco Silva dois anos depois e ajudou a criar a lógica de "clusters" nacionais e a dinamizar setores tradicionais da economia, como o têxtil, calçado ou vinhos.

O Advogado do Diabo – A Justiça e os Números é um videocast e podcast do Negócios com o advogado Luís Miguel Henrique, disponível no site todas as sextas-feiras.