Notícia
A saúde como negócio
"A situação actual [das farmácias] é hoje catastrófica para muitas delas e vão ter grandes dificuldades para conseguirem recuperar da situação dramática em que mergulharam em tão curto espaço de tempo. Não é uma minoria, são 1.900 farmácias que já estão nesta situação", diz João cordeiro, presidente da Associação Nacional das Farmácias.
26 de Abril de 2012 às 12:00
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Parafarmácias: À conquista do seu espaço
Farmácias: O negócio que diz estar em maus lençóis
As vendas das farmácias atingiram num ano 3,485 mil milhões de euros, de acordo com os dados disponibilizados ao Negócios pela consultora IMS Health, referentes ao ano móvel terminado em Fevereiro deste ano. A maior parte é com medicamentos, mas estes têm vindo a decrescer como negócio para as farmácias, que argumentam que a política do medicamento tem as suas consequências.
Segundo a Associação que as representa (ANF), pela primeira vez houve farmácias a pedir insolvência durante 2011. Uma situação que João Cordeiro, presidente da ANF, diz estar a agravar-se desde 2005. Considerando todos os medicamentos vendidos em ambulatório, segundo o Infarmed, o valor atingiu, em 2011, 2,9 mil milhões de euros (535 milhões foram em genéricos), com um encargo para o Serviço Nacional de Saúde, em comparticipações, de 1,3 mil milhões de euros.
Farmacêuticas: O retalho vende, a indústria produz
A indústria farmacêutica, de acordo com dados da Health Cluster Portugal, tem um volume de negócios de perto de 1,3 mil milhões de euros, realizado por 161 empresas, que empregam 6.350 pessoas. Mas o INE contabiliza em cerca de 1,8 mil milhões de euros os medicamentos que são importados por Portugal. Ainda assim, Portugal já está no caminho das exportações. A Health Cluster contabiliza em 900 milhões de euros os produtos ligados à saúde que saíram, em 2011, de Portugal. A indústria farmacêutica não tem apenas nas farmácias o seu principal cliente. São também os medicamentos hospitalares que pesam na sua facturação. O consumo de medicamentos no meio hospitalar atingiu, em 2011, mil milhões de euros. A que acresce os 2,9 mil milhões vendidos em ambulatório e os 30,5 milhões de medicamentos não sujeitos a receita médica vendidos fora das farmácias.
Dispositivos médicos: O suporte dos cuidados
Existem, contabilizadas pelo Health Cluster Portugal, 929 empresas que vendem dispositivos médicos e que empregam 4.427 trabalhadores. Este negócio gera um valor de 316 milhões de euros. Os dispositivos médicos são equipamentos de suporte à prestação de cuidados de saúde, como os de diagnóstico por imagem, dispositivos para diagnóstico, monitorização, ajuda ao diagnóstico e ao tratamento especializado, material cirúrgico e de intervenção, próteses e implantes, dispositivos para anestesia, apoio respiratório e regulação do sono e consumíveis hospitalares e material descartável para uso hospitalar e clínico. As importações são neste plano elevadas (cerca de 500 milhões).