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A bolsa que quer dar "novas respostas para velhos problemas"

Criada pela Fundação EDP, em parceria com a bolsa de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian, a Bolsa de Valores Sociais tem como objectivo apoiar projectos sociais.

30 de Novembro de 2012 às 11:51
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"Novas respostas para velhos problemas". É esta a principal missão da Bolsa de Valores Sociais, que está há três anos a apoiar empreendedores e investidores sociais, no mercado nacional. No total, esta bolsa já angariou um montante próximo de 1,5 milhões de euros e financiou 30 projectos.

Inspirada no modelo brasileiro, a Bolsa de Valores Sociais foi lançada em Portugal pela Fundação EDP, em parceria com a Bolsa de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian. Tem como principal objectivo "identificar e apoiar organização sem fins lucrativos, que apresentem projectos capazes de oferecer respostas efectivas aos mais urgentes problemas sociais", explicou Isabel Ucha ao Negócios.

Para a responsável pela Bolsa de Valores Sociais na Euronext Lisbon, esta iniciativa pretende replicar o funcionamento do mercado de capitais, para este tipo de projectos, promovendo a sua promoção e financiamento.

"Não há nenhuma razão para que estes princípios não se possam aplicar aos empreendedores sociais – as organizações de solidariedade social, que têm necessidades de financiamento – e aos investidores sociais – cidadãos ou empresas e outras instituições – que pretendam financiar obras de reconhecida valia social", sublinhou a responsável.

Desta forma, a bolsa promove o encontro entre a oferta e a procura de fundos para fins pessoais, apostando na transparência e responsabilização. Para tal disponibiliza uma plataforma "on-line", onde "toda a relação com as entidades com projectos cotados e também com os investidores sociais é realizada", permitindo acompanhar estes projectos do princípio até ao fim.

Mais do que dar uma resposta de curto prazo, a bolsa tem como finalidade seleccionar projectos "que actuem sobretudo nas causas dos principais estigmas sociais, promovendo a sua erradicação". E os resultados estão à vista. Desde que foi lançada, em Novembro de 2009, a Bolsa de Valores Sociais, que conta com o apoio de cerca de 20 empresas, além de manter parcerias com vários órgãos de comunicação social, já financiou um total de 30 projectos.

Tornar projectos sociais rentáveis é o próximo passo

Apesar dos resultados já alcançados, Isabel Ucha garante que há margem de progressão. Há "um largo caminho a percorrer na exploração de todas as potencialidades" desta bolsa que já mereceu o reconhecimento num relatório da Comissão Europeia sobre Inovação e Empreendedorismo Social, em Outubro de 2011.

Embora a Bolsa de Valores Sociais tenha começado com projectos de impacto social, sem retorno financeiro, a ideia é que esta bolsa possa evoluir, num futuro próximo. E essa evolução poderá passar pela rentabilização dos projectos sociais.

Esta bolsa "tem potencial para evoluir para projectos que, a par do retorno social, tragam também retorno financeiro", afirmou a responsável da Bolsa de Valores Sociais ao Negócios. Para Isabel Ucha, esta evolução para a rentabilidade poderá valorizar o papel das bolsas especializadas "nesta nova classe de activos", remata.

 

 

Tudo sobre a Bolsa de Valores Sociais

Um projecto inspirado na experiência brasileira

A Bolsa de Valores Sociais nasceu no Brasil, em 2003, com o objectivo de desenvolver a sua política de responsabilidade corporativa, mas utilizando os recursos e conhecimentos da bolsa. O projecto foi importado para Portugal em Novembro de 2009.

Bolsa ao serviço de projectos sociais

A Bolsa de Valores Sociais dedica-se em exclusivo a projectos de natureza social, ainda que assente em princípios semelhantes aos de uma bolsa financeira.

Um exemplo único na Europa

"A Bolsa de Valores Sociais é um conceito reconhecido como estando no caminho do futuro da inovação social, enquadrando-se numa categoria de serviços financeiros e tecnológicos ligados a uma classe de investimento emergente", explicou Isabel Ucha. Na mesma linha, estão em desenvolvimento a "Social Stock Exchange" no Reino Unido e a "Impact Investment Exchange - Ásia" em Singapura. A Irlanda tem mantido contactos com a equipa da BVS para o desenvolvimento de um conceito semelhante.

Um projecto com o apoio de cerca de 20 empresas

Companhias como a Jerónimo Martins, a Caixa Geral de Depósitos, o Deutsche Bank ou a Galp Energia estão entre as instituições que apoiam a iniciativa.

 


 

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