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Aviões KC-390 comprados à Embraer vão combater incêndios

Os cinco aparelhos de origem brasileira vão custar 827 milhões ao Estado português, incluindo obras na base do Montijo e a compra de equipamentos a Trump. Os velhinhos C-130 ainda vão voar mais "seis a sete anos".

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As cinco aeronaves KC-390 que o Estado português vai comprar à brasileira Embraer estão também preparadas para o combate a incêndios florestais, além de poderem fazer o transporte de tropas e de veículos, o lançamento de paraquedistas e carga, evacuações sanitárias, reabastecimento aéreo e missões de busca e salvamento.

 

Estas especificações fazem parte da resolução do Conselho de Ministros que autoriza a conclusão deste negócio por uma verba que ascende a 827 milhões de euros. Os cinco aparelhos de alcance intercontinental e o simulador de voo representam 73% da despesa total prevista, segundo o diploma publicado em Diário da República esta segunda-feira, 29 de julho.

 

O resto dos gastos públicos previstos nesta operação, que visa substituir os Hércules C-130 e foi aprovada pelo Executivo socialista a 11 de julho, está orçamentada para a contratação dos serviços de sustentação logística destas aeronaves (que têm dois motores) e do simulador de voo (110 milhões de euros) ou para a aquisição dos equipamentos de guerra eletrónica à israelita Elbit Systems (45 milhões de euros).

 

Obras no Montijo e negócio na Casa Branca

 

O documento assinado por António Costa prevê ainda 66,4 milhões para outras despesas "necessárias à plena concretização" do programa. É o caso da construção ou adaptação de infraestruturas na base aérea do Montijo, da compra dos serviços de sustentação logística dos motores à International Aero Engines ou da aquisição ao Governo dos EUA de equipamentos que o Estado português deve fornecer à Embraer para instalar nestes aviões.

 

Depois de ameaçar abandonar o projeto de aquisição de aviões KC-390 se a Embraer não baixasse os valores pedidos, o negócio acaba por se concretizar em linha com o montante máximo que a Força Aérea tinha definido para esta operação (830 milhões de euros) e que estava previsto na Lei de Programação Militar. Estes aparelhos cumprem os requisitos exigidos para participar em operações militares, como as da NATO, estando prevista a entrega do primeiro em fevereiro de 2023, seguindo-se um por ano até 2027.

 

"Trata-se de um culminar de um longo processo de diálogo com a Embraer, de parceria e trabalho conjunto no desenvolvimento da aeronave e, por outro lado, um trabalho de negociação para definição do preço e especificações técnicas", resumiu o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, após a aprovação em Conselho de Ministros, sublinhando que o KC-390 vai substituir a frota de C-130, "já com 40 anos de idade e que está no limite da sua utilizabilidade".

 


Compra dos KC-390 é “momento de grande satisfação”
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O Governo anunciou hoje a compra à empresa brasileira Embraer de cinco aviões KC-390, substitutos dos Hércules C-130, por um total de 827 milhões de euros, após reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.


Além de dispensar estas aquisições de serviços de cumprir as regras mais restritas previstas na lei do Orçamento do Estado para 2019, o diploma agora divulgado prevê a constituição de uma Missão de Acompanhamento e Fiscalização do Programa KC-390, "responsável por todos os contratos que venham a ser celebrados, podendo, se necessário, ter natureza residente junto dos locais de fabrico e de teste dos bens a adquirir (…) e autorizar os pagamentos contratualmente devidos."

 

Em meados de julho, o ministro da Defesa referiu que os atuais C-130 "têm poucos anos de vida útil pela frente", com "elevado grau de obsolescência tecnológica". No entanto, vão poder ainda manter-se ativos nos próximos "seis a sete anos", já que "estão a passar por uma pequena modernização necessária para terem autorização para continuar a voar".

 

O maior projeto aeronáutico português

 

O KC-390 é fabricado pela brasileira Embraer, mas tem uma forte participação da engenharia portuguesa e contou também com o apoio do Estado português, que alocou ao projeto 20,8 milhões de euros.

 

A aeronove foi apresentada em junho de 2016 nas oficinas das OGMA, em Alverca. Anunciado como o maior projeto aeronáutico português, tem uma incorporação nacional superior a 56% e mais de 450 mil horas de engenharia portuguesa.

 


KC-390. Maior projecto aeronáutico português é apresentado hoje
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A aeronave KC-390, da Embraer, é apresentada esta segunda-feira nas oficinas das OGMA, em Alverca. Trata-se do maior projecto aeronáutico português, com uma incorporação nacional superior a 56% e mais de 450 mil horas de engenharia portuguesa.

 

A Embraer, que conta com uma fábrica em Évora, contratou a Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA) para este projeto, que por sua vez subcontratou o CEIIA, para componentes estruturais da aeronave e outros pacotes de trabalho associados à fuselagem central. Um ano depois da apresentação, o KC-390 foi uma das estrelas do paris Air Show, um dos maiores eventos de aeronáutica do mundo.

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