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Nobel da Literatura atribuído ao inglês Kazuo Ishiguro

O prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao inglês Kazuo Ishiguro, foi anunciado esta quinta-feira.

DR
05 de Outubro de 2017 às 12:06
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O prémio Nobel da Literatura 2017 foi atribuído ao britânico Kazuo Ishiguro, anunciou hoje a Academia Sueca.

A Academia justificou a escolha de Kazuo Ishiguro, por ser um escritor que, "em romances de grande força emocional, revelou o abismo sob o sentido ilusório de conexão com o mundo".

O escritor britânico de origem japonesa nasceu em Nagasaki, Japão, fixando-se com a família, no Reino Unido, no início da década de 1960. Destacou-se com os primeiros contos, publicados na revista Granta, escreveu para cinema e televisão, é autor de canções. Com "Os Despojos do Dia" venceu o Booker Prize, em 1989.

A secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, descreveu o Nobel da Literatura deste ano, Kazuo Ishiguro, como um autor que é uma mistura entre Jane Austen e Franz Kafka, com um pouco de Marcel Proust.

 

Numa entrevista concedida momentos após a divulgação do nome do sucessor de Bob Dylan, Danius afirmou que, "se misturar Jane Austen e Franz Kafka, então consegue-se Kazuo Ishiguro, na essência, mas tem de se acrescentar um pouco de Marcel Proust, para depois mexer -- não muito".

 

"Ao mesmo tempo, é um escritor de grande integridade. Desenvolveu um universo estético próprio", afirmou Danius, que realçou que a Academia Sueca atribuiu o prémio à obra na sua plenitude e não a um livro específico.

 

Questionada, porém, sobre qual o seu livro favorito do autor britânico de origem japonesa, a secretária permanente da Academia Sueca disse encarar todos os seus livros como "maravilhosos, verdadeiramente requintados", embora destaque "O gigante enterrado" (Gradiva, 2015).

 

"Ele é alguém muito interessado em compreender o passado, mas não é um escritor Proustiano. Não está à procura de redimir o passado. Está a explorar o que tens de esquecer para sobreviver, em primeiro lugar, enquanto indivíduo ou enquanto sociedade", afirmou Danius.

 

O pensamento sobre a memória e o esquecimento

 

Ishiguro graduou-se em Inglês e Filosofia na Univrsidade de Kent, e estudou em seguida Escrita Criativa na Universidade de East Anglia, em Inglaterra.

 

Kazuo Ishiguro tornou-se desde então escritor a tempo inteiro. Começou por publicar contos na revista literária Granta, e o seu primeiro romance data de 1982, "A Pale View of Hills", publicado em 1990 em Portugal, pela Relógio d'Água, ao qual se seguiu "An Artist of the Floating World" (1986), situado em Nagasaki, poucos anos após a II Grande Guerra (1939-1945)

 

Segundo a Academia Sueca, os temas que Kazuo Ishiguro aborda - a memória, o tempo, a desilusão de si próprio - evidenciam-se já neste romance, editado em Portugal pela Livro Aberto, também em 1990, com o título "Um Artista no Mundo Transitório".

 

A preocupação com a memória e o esquecimento é particularmente notória no seu mais conhecido romance, "The Remains of the Day" (1989), editado em 1991 em Portugal pela Gradiva, com o título "Os Despojos do Dia".

 

A obra foi adaptada ao cinema, em 1993, pelo realizador James Ivory, com argumento do próprio escritor e de Ruth Prawyer Jhabvala, com Anthony Hopkins e Emma Thompson, por protagonistas.

 

Segundo a instituição sueca, a escrita de Ishiguro é marcada por uma cuidadosa contenção, independentemente do local da narrativa. 

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