Notícia
Ex-presidente do CCB é um dos novos reformados da CGA
Elísio Summavielle, também antigo secretário de Estado da Cultura, é um dos nomes na lista de novos reformados e aposentados da Caixa Geral de Aposentações. Passagem à reforma acontecerá a partir de fevereiro.
05 de Janeiro de 2024 às 12:25
Elísio Summavielle, antigo secretário de Estado da Cultura e até recentemente presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém, é um dos novos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA).
A lista dos novos reformados foi publicada esta sexta-feira em Diário da República e tem efeitos a partir de 1 de fevereiro.
Elísio Summavielle, que foi substituído no cargo de presidente do CCB por Francisca Carneiro Fernandes após dois mandatos e meio, irá reformar-se com uma pensão mensal de 3.487,29 euros brutos, de acordo com a lista agora divulgada. O antigo governante trabalhou na Administração Pública por 42 anos.
Em outubro, prestes a deixar a administração do CCB, Elísio Summavielle dizia numa entrevista ao Expresso que saía "com as contas equilibradas". "É uma característica da minha gestão, por todas as casas por onde passei — não sei se é sorte ou acaso —, de ter as continhas certas e as dívidas pagas a tempo e horas", contava.
Em 2022, Summavielle tinha anunciado que não iria fazer um terceiro mandato à frente da administração do CCB, mas acabou por voltar atrás na decisão a pedido do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Na mesma entrevista ao Expresso, explicou que "quando o então novo ministro da Cultura tomou posse" colocou-lhe "dois focos importantes — o museu de arte contemporânea e o relançamento do concurso para a construção e exploração dos módulos 4 e 5 do CCB". "E foi nesta perspetiva que fui reconduzido para mais um mandato", que acabou por não levar até ao final.
Em outubro de 2023, Francisca Carneiro Fernandes - que entre 2009 e 2018 liderou a administração do Teatro São João - foi então anunciada pelo Ministério da Cultura como futura presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém.
Elísio Summavielle esteve 42 anos na Administração Pública, tendo entrado no Estado como como técnico superior do Instituto Português do Património Cultural (entidade sucedida pelo IPPAR e, depois, pelo IGESPAR). Desenvolveu a sua carreira no IGESPAR, que acabaria por dar origem à DGPC em 2011.
No governo de José Sócrates, foi nomeado secretário de Estado da Cultura, tendo tido como titular da pasta a então ministra Gabriela Canavilhas. Em 2016, a convite de António Costa, foi nomeado presidente do conselho de administração do CCB. A sua segunda comissão de serviço naquela instituição terminou em março de 2022, mas acabou por aceitar um novo mandato, de onde saiu a meio, em outubro do ano passado.
Ao Expresso, lembrou também, com ironia, os tempos da troika no país, em que disse ter sido "muito feliz". "Estava como técnico superior na DGPC [Direção-Geral do Património Cultural], de que ainda fui diretor-geral, e depois demiti-me. Mas fiquei dois anos como técnico superior, com um ordenado miserável, apesar de estar no topo da carreira. Entrava às 9h e saía às 17h e deu para escrever um livro. Acabava os pareceres a dizer: "À consideração superior." Despachava os processos e ia à minha vida e não tinha muitas responsabilidades, mas quando estamos à frente de uma instituição não é assim", descreveu.
Para o futuro, adiantava também que tencionava "passar metade do tempo na Ericeira". "Quero fazer o que nunca fiz nestes anos de vida pública. Não que tenha frustrações, mas sempre quis experimentar ganhar dinheiro na vida privada. Quero experimentar outras coisas. E tenho os netos e quero que tenham uma boa memória. Não vou jogar à sueca para o jardim, tenho muita coisa para conspirar, e sendo um animal político nunca digo nunca. Quero, ao fim de 50 anos de democracia, ter uma voz nessa volta que é preciso dar e nessa necessidade de mudança."
A lista dos novos reformados foi publicada esta sexta-feira em Diário da República e tem efeitos a partir de 1 de fevereiro.
Em outubro, prestes a deixar a administração do CCB, Elísio Summavielle dizia numa entrevista ao Expresso que saía "com as contas equilibradas". "É uma característica da minha gestão, por todas as casas por onde passei — não sei se é sorte ou acaso —, de ter as continhas certas e as dívidas pagas a tempo e horas", contava.
Em 2022, Summavielle tinha anunciado que não iria fazer um terceiro mandato à frente da administração do CCB, mas acabou por voltar atrás na decisão a pedido do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Na mesma entrevista ao Expresso, explicou que "quando o então novo ministro da Cultura tomou posse" colocou-lhe "dois focos importantes — o museu de arte contemporânea e o relançamento do concurso para a construção e exploração dos módulos 4 e 5 do CCB". "E foi nesta perspetiva que fui reconduzido para mais um mandato", que acabou por não levar até ao final.
Em outubro de 2023, Francisca Carneiro Fernandes - que entre 2009 e 2018 liderou a administração do Teatro São João - foi então anunciada pelo Ministério da Cultura como futura presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém.
Elísio Summavielle esteve 42 anos na Administração Pública, tendo entrado no Estado como como técnico superior do Instituto Português do Património Cultural (entidade sucedida pelo IPPAR e, depois, pelo IGESPAR). Desenvolveu a sua carreira no IGESPAR, que acabaria por dar origem à DGPC em 2011.
No governo de José Sócrates, foi nomeado secretário de Estado da Cultura, tendo tido como titular da pasta a então ministra Gabriela Canavilhas. Em 2016, a convite de António Costa, foi nomeado presidente do conselho de administração do CCB. A sua segunda comissão de serviço naquela instituição terminou em março de 2022, mas acabou por aceitar um novo mandato, de onde saiu a meio, em outubro do ano passado.
Ao Expresso, lembrou também, com ironia, os tempos da troika no país, em que disse ter sido "muito feliz". "Estava como técnico superior na DGPC [Direção-Geral do Património Cultural], de que ainda fui diretor-geral, e depois demiti-me. Mas fiquei dois anos como técnico superior, com um ordenado miserável, apesar de estar no topo da carreira. Entrava às 9h e saía às 17h e deu para escrever um livro. Acabava os pareceres a dizer: "À consideração superior." Despachava os processos e ia à minha vida e não tinha muitas responsabilidades, mas quando estamos à frente de uma instituição não é assim", descreveu.
Para o futuro, adiantava também que tencionava "passar metade do tempo na Ericeira". "Quero fazer o que nunca fiz nestes anos de vida pública. Não que tenha frustrações, mas sempre quis experimentar ganhar dinheiro na vida privada. Quero experimentar outras coisas. E tenho os netos e quero que tenham uma boa memória. Não vou jogar à sueca para o jardim, tenho muita coisa para conspirar, e sendo um animal político nunca digo nunca. Quero, ao fim de 50 anos de democracia, ter uma voz nessa volta que é preciso dar e nessa necessidade de mudança."