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UE ameaça levar farmacêuticas a tribunal se falharem entrega de vacinas
A farmacêutica AstraZeneca avisou que vai existir uma redução na entrega dos volumes inicialmente previstos. A Pfizer quer ir pelo mesmo caminho.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, instou as farmacêuticas a cumprirem o definido nos contratos, depois de a Pfizer e a AstraZeneca terem anunciado falhas nas entregas na semana passada.
"Vamos fazer com que as farmacêuticas cumpram com os contratos que assinaram recorrendo a todos os meios legais à nossa disposição", declarou o presidente do Conselho Europeu, na rádio Europe 1.
Na base da tensão entre a UE e a Pfizer está a aprovação pela Agência Europeia do Medicamento da possibilidade de extrair seis doses de vacina, em vez de cinco, de cada frasco do fármaco. Na sequência desta autorização, o consórcio decidiu enviar menos quantidade para os países europeus, argumentando que os acordos de compra têm por base um número de doses, e não de frascos.
O governo italiano pediu ao procurador-geral do país para estudar se pode tomar medidas legais depois de a Pfizer ter reduzido as entregas da vacina na semana passada em 29%, uma vez que está a reequipar a fábrica da Bélgica, disse uma porta-voz do governo na quarta-feira.
Já a cidade alemã de Hamburgo disse que a Pfizer entregou menos doses da vacina à cidade do que era esperado na mesma semana.
Paralelamente, a farmacêutica AstraZeneca, que produziu vacinas para a covid-19 em conjunto com a Universidade de Oxford, avisou que vai existir uma redução na entrega dos volumes inicialmente previstos, algo que justifica com "o reduzido rendimento de uma unidade de fabrico que faz parte da cadeia de fornecimento europeia". Portugal tem prevista a compra de 1,4 milhões de doses desta vacina, a maior compra prevista entre todas as vacinas possíveis.