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Já há 6 casos da variante da Índia em Portugal e a de Manaus deverá crescer, alertam especialistas

Mesmo com o avanço do plano de desconfinamento, os indicadores pandémicos parecem estar a melhorar em Portugal. O Rt desceu em quase todo o país e o número de mortes e internamentos é encorajador.

Marta Temido, a ministra da Saúde, presidiu a mais uma reunião entre políticos e especialistas no Infarmed António Cotrim
27 de Abril de 2021 às 11:16
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A pandemia parece estar controlada em todo o país: só o Norte permanece no quadrante amarelo da matriz de alerta apresentada pelo Governo, e isso deve-se a um ritmo de transmissibilidade (Rt) ligeiramente acima de 1 (1,05). Todas as restantes regiões viram o ritmo de contágios abrandar e a incidência está também controlada e abaixo da meta dos 120 casos por 100 mil habitantes em todo o país.

As informações foram apresentadas por André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde durante a reunião do Infarmed entre políticos e especialistas que decorreu esta terça-feira para averiguar a situação epidemiológica do país nas vésperas da última fase do plano de desconfinamento. Face aos dados esta terça-feira apresentados, quatro concelhos podem regredir nas medidas restritivas na segunda-feira.

A nível nacional, o Rt é neste momento de 0,95, o que indica uma manutenção da incidência em todo o país. Por faixas etárias, a população mais atingida pela doença está entre os 10 e os 39 anos, sendo que a população até aos 10 anos (que, há duas semanas, via o número de casos aumentar) está neste momento a decrescer no número de novos casos. 

Já a faixa etária que mais cresce é a dos jovens entre os 10 e os 20 anos de idade, embora o aumento do número de casos esteja, segundo Baltazar Nunes do Instituto Ricardo Jorge, diretamente ligado ao aumento da testagem, motivado pela abertura das escolas. 

Segundo o mesmo especialista, a "incidência nas faixas etárias escolares aumentou um pouco com a abertura das escolas, mas muito menos do que em setembro/outubro de 2020".

A maioria das camas ocupadas em hospitais, por casos de covid-19, pertence neste momento às pessoas com idades entre os 50 e os 79 anos embora "estes valores sejam de uma magnitude muito inferior em relação ao pico [de infeções registado em janeiro]", segundo adianta André Peralta Santos. Nesta altura, Portugal tem menos de 100 camas ocupadas em UCI (91 no dia 26 de abril).

Outro indicador que tem vindo a evoluir favoravelmente é o da mortalidade, que está neste momento abaixo do valor de referência internacional de cinco óbitos diários por milhão de habitantes. No dia 26, não foi mesmo registada nenhuma morte no país. 

A testagem foi outra das questões avaliadas por André Peralta Santos e mantém-se abaixo dos 4% de testes positivos. Outro dado importante é a relação entre a testagem e a incidência, que se mantém "como seria de esperar", já que os concelhos com maior incidência são - "e bem" - os que mais testam.

Variante de Manaus deve crescer em Portugal

Em Portugal, a variante do Reino Unido é já responsável por 89 a 90% dos novos casos de infeção. Mas, ao mesmo tempo, a prevalência da variante de Manaus parece estar a crescer em Portugal - fruto da abertura das fronteiras em Portugal e em toda a Europa.

Quem o diz é João Paulo Gomes, do Instituto Ricardo Jorge, que esta terça-feira apresentou à ministra da Saúde os últimos dados sobre o controlo das variantes em circulação no país, durante a reunião habitual no Infarmed.

Segundo o especialista, foram já detetados 73 casos da variante de Manaus, sendo que 44 foram identificados só nos últimos 15 dias. Esta deve já ser responsável por 2% dos casos em circulação no país (segundo uma estimativa tímida de João Paulo Gomes) embora o especialista preveja um aumento da sua prevalência.

Foram também entretanto detetados os primeiros seis casos da variante proveniente da Índia no país. De acordo com João Paulo Gomes existirão, pelo menos, três introduções distintas no país.

A tendência de crescimento da prevalência destas variantes é semelhante em toda a Europa e parece estar diretamente relacionada com a abertura das fronteiras.

Em Portugal, foram também detetados já 64 casos de infeção atribuídos à variante de África do Sul – 11 só nas últimas duas semanas.




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