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Situação deteriora-se. Governo e especialistas preveem o dobro dos casos até meados de julho

O Governo prevê que a incidência duplique ao longo dos próximos 15 dias face ao índice de transmissibilidade atual. Para não aplicar medidas mais restritivas a solução é a vacinação que começa agora a abranger a faixa etária atualmente mais afetada pela doença, os jovens dos 20 aos 29 anos.

Mário Cruz / Lusa
06 de Julho de 2021 às 13:40
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As previsões em relação à evolução dos indicadores pandémicos em Portugal não são positivas. Ontem, a ministra da saúde Marta Temido avisava que "o nosso país está com maior risco" admitindo mesmo que "corremos o risco de não conseguir parar uma evolução da transmissão da doença". Hoje, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes confirmou as previsões.

As declarações da ministra foram feitas em entrevista à TVI, onde Marta Temido avançava ainda algumas previsões concretas: até  meio de julho o número de casos diários deverá ultrapassar os 4 mil, com mais de 800 internados em enfermaria e para lá dos 150 em unidades de cuidados intensivos. Nos dados divulgados segunda-feira, a DGS dava conta de 613 doentes internados, dos quais 136 em UCI.

As previsões são do Governo e foram entretanto corroboradas pelo epidemiologista Manuel Carmo Gomes que, em entrevista esta manhã à TSF, lamentava o discurso "pouco cauteloso" e consequentemente "perigoso" que fizeram "baixar a guarda, nomeadamente nos grupos etários mais jovens". Já o discurso da ministra da Saúde, o epidemiologista descreveu-o como "cuidadoso" e "cauteloso".

Quanto à evolução dos indicadores, Manuel Carmo Gomes explica que o índice de transmissibilidade atual "à volta de 1,21" – o que significa que cada 100 pessoas infetadas com o vírus infetam 121 –, levará a que se dupliquem os casos em "10 a 12 dias", segundo a matemática.

Mesmo depois dos 4.000 casos diários, sensivelmente o dobro dos atuais, o especialista acredita que a incidência poderá "continuar a aumentar".

A maior parte dos novos casos tem sido identificada entre pessoas com 20 a 29 anos de idade, ou seja, "indivíduos que têm menos de 10% de cobertura vacinal" e que, face à idade, "socializam muito e não estão homogeneamente misturados com o resto da população", explicou o epidemiologista.

Uma boa notícia poderá ser o processo de vacinação que se prepara para abranger as pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 30 anos, estando neste momento a convocar através do auto agendamento os maiores de 27 anos.

O processo de vacinação incide agora sobre a faixa etária mais atingida pela pandemia, o que deve traduzir-se em efeitos concretos a partir de meados de julho, a altura em que os modelos dos especialistas preveem um abrandamento no número diário de novos casos.

Nesta altura, e segundo os últimos dados disponibilizados na segunda-feira pela Direção Geral de Saúde, Portugal apresenta um índice de transmissibilidade de 1,19 e uma incidência acumulada ao longo dos últimos 14 dias na ordem dos 224,6 casos novos por cada 100 mil habitantes.

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