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Procura por motas dispara com a pandemia

Registos de veículos motorizados em Londres dispararam 31% em setembro face ao mesmo período do ano passado. Tendência está a ser observada um pouco por todo o mundo.

Lisi Niesner/Bloomberg
26 de Outubro de 2020 às 13:57
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Em Londres, o roncar dos motores e buzinadelas de carros, camiões ou autocarros está a ser substituído pelo barulho das motas. Entre setembro do ano passado e setembro deste ano, a cidade viu os registos de matrículas de motas aumentarem 31,2%, com o maior aumento a verificar-se nas Vespa.


Há já alguns anos que se verifica uma tendência crescente no número de motas em Londres, a par do que tem acontecido no resto do Reino Unido. Desde 2010 que a capital britânica regista um aumento anual de 11% na quantidade de veículos motorizados existentes, mas nunca se tinha notado um salto tão grande quanto o que foi agora anunciado pelas autoridades britânicas.


De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o mesmo está a acontecer um pouco por todo o mundo. Os dados de maio referentes ao número de motas na China, Alemanha, Áustria e Holanda revelam um aumento da procura relativamente ao período homólogo. Nos Estados Unidos, os fabricantes de motas reportam que 2020 está a ser o melhor ano desde há muito tempo, contrastando com as vendas de automóveis, que têm caído vertiginosamente no país. Também as ruas da cidade brasileira do Rio de Janeiro estão a ser inundadas de veículos com duas rodas.


As explicações para este boom divergem. Há quem defenda que a procura por motas é uma forma de assegurar o distanciamento físico, em tempo de pandemia, evitando as aglomerações dos transportes públicos. Outros peritos sugerem que o aumento pode estar relacionado com a proliferação e crescimento das aplicações de entregas, as quais dependem de motas para fornecer os produtos aos clientes. A facilidade com que permitem "fugir ao trânsito" é outro fator que pesa quando se trata de decidir qual o meio de transporte a usar. Por fim, há que considerar o preço, sendo que as motas são veículos mais baratos do que os carros.


Por outro lado, os acidentes de motas apresentam uma taxa de mortalidade muito superior aos acidentes de carros. Ainda assim, esta estatística não afeta a popularidade de que os veículos com duas rodas gozam no continente asiático. A Europa, os Estados Unidos e até a América do Sul parecem estar a seguir o caminho trilhado no oriente. Resta perceber se as cidades estão preparadas para esta alteração no paradigma da deslocação dos habitantes. Alguns aspetos que devem ser considerados passam, por exemplo, pela poluição produzida, onde as motas gozam duma legislação mais leniente do que outros tipos de veículos.

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