Notícia
Portugal mantém Rt mais baixo da Europa e mobilidade está a aumentar
A incidência continua a cair, sobretudo nos mais velhos, mas as pessoas estão cada vez mais a desrespeitar o confinamento. Segundo os últimos dados apresentados, Portugal vai num bom caminho para desconfinar.
08 de Março de 2021 às 11:38
Portugal mantém o Rt (índice de transmissibilidade da covid-19) mais baixo da Europa e a incidência continua a cair, ainda assim, as pessoas estão a quebrar cada vez mais o confinamento, o que provoca um aumento da mobilidade. Com os outros países a abrir, Portugal deve ter cuidado.
Segundo o epidemiologista da Escola Superior de Saúde Pública, Baltazar Nunes, o Rt regista agora um valor médio para os últimos 5 dias de 0,74. A leve subida face aos 0,68 apresentados a semana passada explica-se pela desaceleração da redução do número de novos casos diários que é natural ao atingir patamares cada vez mais baixos.
A situação não é preocupante, sobretudo pelo restante panorama que tem evoluído positivamente. É o caso dos internamentos que, quer em enfermaria, quer em unidades de cuidados intensivos (UCI) têm vindo a reduzir. Em UCI, Portugal regista agora 254 internados que igualam o número de internados na primeira semana de novembro. Face aos números agora apresentados, o epidemiologista diz que "as previsões falharam por excesso", e apresentou novas metas de 240 internados em UCI até meio de março, e 120 até ao último dia do mês.
Outro dado epidemiológico importante, avançado entretanto por Baltazar Nunes, é que o índice de confinamento está a 62% do máximo registado em Portugal, no ano passado. As pessoas estão a circular cada vez mais e estes valores vão-se afastando dos 78% registados a 28 de janeiro - o máximo deste confinamento face ao registado no passado.
Os causadores deste aumento parecem ser os jovens adultos, com idades entre os 25 e os 50 anos, que são justamente a faixa etária que registou um maior aumento da incidência ao longo da semana, segundo André Peralta Santos, da Direção Geral de Saúde. Já os mais vulneráveis, com mais de 80 anos, têm registado uma queda nos novos casos mas continuam a ser o grupo com maior incidência. No geral, Portugal regista agora cerca de 120 casos por 100 mil habitantes.
Face aos outros países, Portugal apresenta das medidas de confinamento mais restritivas, à semelhança do que se passa na Grécia, Reino Unido e Irlanda, segundo dados da Universidade de Oxford.
Variantes preocupam
Quanto às variantes, João Paulo Gomes esclarece que a estirpe proveniente do Reino Unido é já responsável por 65% de todos os novos casos de infeção em Portugal, um valor que se confirma agora mas que estava previsto ter sido atingido há três semanas.
Registaram-se entretanto 8 novos casos da variante de África do Sul, que preza agora um total de 12, e 4 novos casos da variante de Manaus, que chegou aos 11, mas o investigador do Instituto Nacional de Saúde Pública Dr. Ricardo Jorge (INSA) esclarece que "está tudo perfeitamente controlado", e que alguns destes doentes já tiveram alta.
Quanto ao alargamento da capacidade de testagem, João Paulo Gomes lamenta que seja feito através de testes rápidos, que não permitem identificar as várias estirpes, mas avançou ainda uma novidade: o país vai tentar que "todos os laboratórios nacionais possam fazer testes de pre-screening" como forma de contornar o número proporcionalmente inferior de testes RT-PCR (que identificam a estirpe causadora da infeção).
Face ao desconfinamento, o investigador alerta que a "saúde de Portugal está ligada à saúde da Europa" e que é preciso manter o "conrolo dos aeroportos e fronteiras terrestres para países mais desleixados no controlo das variantes".
Segundo o epidemiologista da Escola Superior de Saúde Pública, Baltazar Nunes, o Rt regista agora um valor médio para os últimos 5 dias de 0,74. A leve subida face aos 0,68 apresentados a semana passada explica-se pela desaceleração da redução do número de novos casos diários que é natural ao atingir patamares cada vez mais baixos.
Outro dado epidemiológico importante, avançado entretanto por Baltazar Nunes, é que o índice de confinamento está a 62% do máximo registado em Portugal, no ano passado. As pessoas estão a circular cada vez mais e estes valores vão-se afastando dos 78% registados a 28 de janeiro - o máximo deste confinamento face ao registado no passado.
Os causadores deste aumento parecem ser os jovens adultos, com idades entre os 25 e os 50 anos, que são justamente a faixa etária que registou um maior aumento da incidência ao longo da semana, segundo André Peralta Santos, da Direção Geral de Saúde. Já os mais vulneráveis, com mais de 80 anos, têm registado uma queda nos novos casos mas continuam a ser o grupo com maior incidência. No geral, Portugal regista agora cerca de 120 casos por 100 mil habitantes.
Face aos outros países, Portugal apresenta das medidas de confinamento mais restritivas, à semelhança do que se passa na Grécia, Reino Unido e Irlanda, segundo dados da Universidade de Oxford.
Variantes preocupam
Quanto às variantes, João Paulo Gomes esclarece que a estirpe proveniente do Reino Unido é já responsável por 65% de todos os novos casos de infeção em Portugal, um valor que se confirma agora mas que estava previsto ter sido atingido há três semanas.
Registaram-se entretanto 8 novos casos da variante de África do Sul, que preza agora um total de 12, e 4 novos casos da variante de Manaus, que chegou aos 11, mas o investigador do Instituto Nacional de Saúde Pública Dr. Ricardo Jorge (INSA) esclarece que "está tudo perfeitamente controlado", e que alguns destes doentes já tiveram alta.
Quanto ao alargamento da capacidade de testagem, João Paulo Gomes lamenta que seja feito através de testes rápidos, que não permitem identificar as várias estirpes, mas avançou ainda uma novidade: o país vai tentar que "todos os laboratórios nacionais possam fazer testes de pre-screening" como forma de contornar o número proporcionalmente inferior de testes RT-PCR (que identificam a estirpe causadora da infeção).
Face ao desconfinamento, o investigador alerta que a "saúde de Portugal está ligada à saúde da Europa" e que é preciso manter o "conrolo dos aeroportos e fronteiras terrestres para países mais desleixados no controlo das variantes".