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Peso da covid-19 no excesso de mortalidade dispara para mais de 80%
Nas quatro semanas até meados de novembro registaram-se mais 1.556 óbitos do que a média dos últimos anos. A covid-19 explica mais de 80%, quando no mês de outubro não chegava a metade.
Os dados publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que o excesso de mortalidade verificado nas quatro semanas entre 19 de outubro a 15 de novembro é explicado em grande parte pela covid-19, contrariando assim a tendência que se vinha a verificar nas semanas anteriores.
Segundo o relatório do INE, entre 19 de outubro e 15 de novembro "registaram-se mais 1.556 óbitos que a média, em período homólogo, de 2015-2019", sendo que "nesse período registaram-se 1.274 óbitos por covid-19, representando 81,9% do acréscimo observado".
Este peso acima de 80% compara com valores bem inferiores que se registaram em semanas anteriores. Nas quatro semanas entre 5 de outubro e 1 de novembro registaram-se mais 1.132 óbitos do que a média, sendo que no mesmo período morreram 526 pessoas com covid-19. Ou seja, o peso da doença no excesso de mortalidade era inferior a 50%.
Alargando a análise ao início da pandemia, a covid-19 tem um peso ainda menor no excesso de mortalidade que se verifica este ano em Portugal, o que sugere que esta tendência está a perder cada vez mais relevo.
"Entre 2 de março, data em que foram diagnosticados os primeiros casos com a doença COVID-19 em Portugal, e 15 de novembro, registaram-se 82.326 óbitos em território nacional, mais 9.640 óbitos que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos. Destes, 36,0% (3.472) foram óbitos por covid-19", diz o INE.
Mais de 70% dos óbitos registados em Portugal desde o início da pandemia "foram de pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos, sendo que comparando com a média de óbitos observada no período homólogo de 2015-2019, morreram mais 8.227 pessoas com 75 e mais anos, das quais mais 6.288 com 85 e mais anos.