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Pedidos de recuperação judicial sobem 40% na região de Nova Iorque

A pandemia atingiu empresas da cidade de Nova Iorque com quase 6 mil encerramentos, um aumento de cerca de 40% dos pedidos de recuperação judicial na região e lojas com portas fechadas nos bairros comerciais dos cinco distritos.

Bloomberg 03 de Outubro de 2020 às 20:00

A situação tende a piorar. Neste quarto trimestre, a maior cidade dos Estados Unidos verá mais portas trancadas, com as empresas a esgotarem os empréstimos federais e privados recebidos em março e os proprietários a cancelarem contratos a comerciantes que não conseguem pagar a renda. Além disso, a queda das temperaturas tende a diminuir as refeições ao ar livre em restaurantes e o movimento nas lojas.

"No final do outono, haverá uma avalanche de falências", disse Al Togut, advogado que trabalhou em processos de insolvência para pequenas empresas e grandes corporações como a Enron. "Quando o frio chegar, começaremos a ver um aumento das falências na cidade de Nova Iorque".

A cidade de Nova Iorque e as suas empresas chegaram a um ponto crucial. Depois de mais de seis meses com o fantasma da covid-19 a pairar em cada carruagem do metro e loja de esquina, o vírus dá sinais de ressurgimento.

No sábado passado, o estado de Nova Iorque registou mais de 1.000 novos casos pela primeira vez desde o início de junho.

Surgiram focos nos bairros do sul de Brooklyn e Queens em grandes comunidades judaicas ortodoxas. Ao mesmo tempo, diretores apelaram ao estado para assumir o controlo das escolas, dias antes de reiniciarem as aulas presenciais. Segundo eles, o mayor Bill de Blasio não conseguiu garantir funcionários suficientes para uma reabertura segura.

A redução da receita fiscal já provocou cortes dos serviços municipais. Com lixo nos passeios, parques mal conservados e aumento dos tiroteios, é mais difícil persuadir os trabalhadores a voltarem aos escritórios, disseram mais de 150 executivos ao mayor numa carta no mês passado. Mas a ausência de trabalhadores nos escritórios é um golpe de misericórdia para muitos comerciantes.

A pandemia pode fechar permanentemente até 30% das 230 mil empresas de Nova Iorque, de acordo com a associação empresarial Partnership for New York City.

Os pedidos de recuperação judicial na região dispararam desde meados de março, quando o estado de Nova Iorque registou as primeiras mortes por covid-19 e o governador Andrew Cuomo fechou todas as empresas não essenciais.

Foram registados 610 processos nos distritos do sul e leste de Nova Iorque de 16 de março a 27 de setembro, de acordo com documentos judiciais. O número representa um salto de 40% em relação ao mesmo período de 2019 e é, de longe, o maior de qualquer ano desde a crise financeira.

 

A capital de negócios dos EUA sempre recuperou de crises anteriores, mas o advento do teletrabalho numa economia cada vez mais dependente de empregos administrativos pode ser um desafio intransponível.

No final de setembro, apenas 15% dos 1,2 milhões de funcionários de escritórios da cidade haviam regressado ao seu posto de trabalho, de acordo com a Partnership for New York City.

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