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Ordem dos Economistas sugere reforma fiscal para aumentar competitividade

Esta é uma das conclusões que integram o mais recente relatório da conjuntura macroeconómica portuguesa da Ordem dos Economistas, que faz uma análise do impacto gerado pela pandemia do novo coronavírus.

MIGUEL A. LOPES/LUSA
13 de Maio de 2020 às 20:08
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A Ordem dos Economistas defende que uma das respostas para minimizar o impacto futuro da pandemia de covid-19 é o aumento da competitividade através de uma reforma fiscal que contemple medidas favoráveis ao investimento, como uma redução do IRC.

Esta é uma das conclusões que integram o mais recente relatório da conjuntura macroeconómica portuguesa da Ordem dos Economistas, que faz uma análise do impacto gerado pela pandemia do novo coronavírus.

No documento, a Ordem afirma que o impacto futuro a choques externos deve ser feito "com recurso ao aumento da competitividade", sublinhando que "são as condições em que a economia se encontra no momento que antecede esses choques que determinam a entrada ou não numa crise mais ligeira ou mais severa".

"A resposta poderá passar por uma solução assente no aumento da competitividade, em que o objetivo é atrair investimento e capital, em vez do habitual e penoso recurso à dívida", considera a Ordem.

"Para tal, um bom ponto de partida seria uma reforma ao nível do sistema fiscal que contemple medidas mais favoráveis ao investimento, como por exemplo uma redução do IRC, de modo a captar melhores empregos, maior produtividade e mais conhecimento", sugere a mesma fonte.

A Ordem dos Economistas defende ainda que devem ser tomadas "medidas que diminuam a desigualdade, aumentando, por exemplo, a progressividade do sistema fiscal e reduzindo o ónus sobre a criação de riqueza e transferindo essa carga fiscal para novas formas de tributação, tal como tantos outros países europeus já estão a fazer".

Uma reforma da Administração Pública é outra das propostas, "adaptando-a às novas tecnologias e necessidades, a Segurança Social e o funcionamento de serviços essenciais como a Justiça, a qual tem de passar a ser mais célere e eficiente, ou a Saúde, aproveitando o que há de bom quer no setor público, quer no setor privado".

Na análise, a Ordem dos Economistas sinaliza ainda alguns riscos estruturais, como a taxa de poupança das famílias que se encontra "em mínimos históricos", sendo, em 2019, de 6,7% do rendimento disponível.

"Neste sentido, a disponibilidade financeira para fazer face à crise não é muito grande, significando que, praticamente, o total da poupança, em média, corresponde a um valor inferior a um salário mensal (sendo 6,7% inferior a 1/14, incluindo subsídios)", prevê a mesma fonte.

No documento é ainda realçado que "a maioria das empresas (em muitos dos casos representando o próprio emprego) não terá condições de suportar uma paragem prolongada da economia".

Sobre as finanças públicas, a Ordem dos Economistas refere que a crise provocada pela pandemia "aumentará a despesa em saúde e em proteção social", enquanto a receita fiscal diminuirá.

"Com este enquadramento, que igualmente ocorrerá em muitos países, a deterioração do défice é inevitável", indica a Ordem dos Economistas.
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