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Nova estirpe no Reino Unido está "fora de controlo", avisa governo. Europa "fecha porta" aos britânicos

O ministro da Saúde britânico admitiu que a nova estirpe está fora de controlo. A mutação obrigou a novo confinamento em Londres e sul de Inglaterra e a um passo atrás na intenção de aliviar as restrições no Natal.

EPA
Rita Faria afaria@negocios.pt 20 de Dezembro de 2020 às 16:49

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, alertou que a nova estirpe do coronavírus está "fora de controlo" e sugeriu que partes de Inglaterra ficarão sujeitas a medidas de restrição apertadas até que a vacinação contra a covid-19 esteja generalizada.

A nova mutação do vírus encontrada no Reino Unido obrigou a um novo confinamento a partir deste domingo, em Londres e no sul de Inglaterra, onde mais de 16 milhões de britânicos se virão forçados a permanecer em casa, e levou o governo a cancelar os planos para aliviar as regras de socialização na altura do Natal.

As medidas para controlar a nova variante do vírus, que se espalhou rapidamente, proíbem qualquer convívio entre diferentes agregados familiares nessas áreas e restringem a socialização apenas ao dia de Natal no resto de Inglaterra. Em todo o país, as pessoas receberam indicações para permanecer nas suas áreas de residência, e foi reforçado o policiamento nas estações ferroviárias para impedir as pessoas de sair de Londres.

"Os casos dispararam, por isso temos um longo caminho a percorrer", disse Hancock à Sky News. "Acho que será muito difícil manter [a nova estirpe] sob controlo até que a vacinação seja estendida".

O governante anunciou que até à manhã de sábado foram vacinadas 350.000 pessoas, e que há a ambição de chegar às 500.000 até ao final do fim de semana.

O primeiro-ministro Boris Johnson tinha planeado aliviar as regras da pandemia durante cinco dias por causa do Natal, mas decidiu dar um passo atrás após conversas de emergência sobre a mutação do vírus com as autoridades.

Segundo os cientistas britânicos, a nova estirpe acelera a transmissão do vírus em até 70% e estará a ser responsável pelo aumento exponencial das infeções em Londres e em vários condados do sudeste e leste da Inglaterra.

"Assumimos o compromisso [de aliviar as medidas] sem saber que haveria uma nova variante que se espalharia muito mais rápido", disse Hancock sobre os planos originais, acrescentando que "não há evidências" de que a nova estirpe - VUI-202012/01 - seja mais branda do que o vírus original.

Europa "fecha portas" ao Reino Unido

O receio de que a nova estirpe do vírus descoberta em Inglaterra comece a espalhar-se pelo resto da Europa já levou Itália, Holanda, Bélgica, Irlanda e Áustria a proibirem as ligações aéreas e ferroviárias com o Reino Unido.

Também a Alemanha suspenderá "a partir da meia-noite" de hoje as suas ligações aéreas com o Reino Unido, segundo uma fonte governamental à AFP, acrescentando que esta decisão pode vir a ser adotada por toda a União Europeia e "oficializada nas próximas horas".

Os países europeus estarão a discutir em paralelo uma resposta comum relativa às ligações marítimas, ferroviárias e rodoviárias com o Reino Unido, segundo a mesma fonte do Governo alemão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português indicou hoje à Lusa que Portugal segue "com atenção" a evolução da situação epidemiológica no Reino Unido e está a privilegiar a "cooperação estreita" entre as autoridades de saúde dos dois países.


O presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já estiveram reunidos este domingo para avaliar a situação.

A Alemanha, através de um comunicado divulgado a meio da manhã pelo Ministério da Saúde, indicou que estava a analisar "seriamente" a possibilidade de restringir as ligações com o Reino Unido.

Segundo avançou uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros à Lusa, Portugal está a aguardar por uma posição por parte da UE, enquanto Espanha pediu a Bruxelas uma resposta comunitária coordenada para proibir o tráfego aéreo com o Reino Unido, evitando-se uma medida "unilateral".

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