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Ministra pede "mais uso de máscara, mais testes e mais vacinação" em "momento difícil"

A ministra da Saúde, Marta Temido, deu esta sexta-feira uma conferência de imprensa na qual fez o ponto da situação da pandemia em Portugal, após duas reuniões com os peritos.

Nuno Fox/Lusa
17 de Dezembro de 2021 às 11:16
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Não foram anunciadas novas medidas, mas a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta sexta-feira a "preocupação" do Governo em relação à "incerteza" relacionada com a nova variante da covid-19, a ómicron.

"Os próximos dias serão decisivos para perceber o impacto da nova variante e a resposta proporcional com que estamos comprometidos. O que já sabemos leva-nos a dizer que, se a variante se transmite mais, cada um de nós tem de fazer mais", declarou a ministra em conferência de imprensa.

Nesse sentido, Marta Temido apelou aos portugueses para que façam "mais uso de máscara, mais testes, mais vacinação", alertando também para "mais controlo de fronteiras". "Todos temos de estar preparados para fazer mais", reforçou a governante. Para já, ainda não está em cima da mesa o regresso da obrigatoriedade de máscara na via pública. 

Marta Temido adiantou que a prevalência desta variante ronda atualmente os 20%, "sabendo-se poderá ter uma prevalência 50% na próxima semana, a do Natal, e que chegará aos 80% na semana do fim de ano". 

A ministra realçou que a campanha de vacinação de reforço foi intensificada, tendo sido administradas até ontem 2,2 milhões de doses de reforço. Mais de 80% dos cidadãos com mais de 80 anos já levaram a terceira dose, e 70% dos cidadãos com idade compreendida entre 75 e 79 anos também já receberam a dose de reforço. 

Segundo a ministra, apesar de ainda se saber "pouco" sobre a nova variante, estima-se que o tempo de duplicação de casos seja de dois dias. Ainda assim, há uma "aparente menor gravidade da doença e consequente letalidade".

Ao mesmo tempo, há também uma "aparente diminuição da efetividade vacinal após o esquema primário da vacinação", ainda que a efeitivdade vacinal após a dose de reforço esteja estimada entre 70% e 75%. 

"É útil, neste cenário de incerteza, olhar para países que estão à nossa frente. O Reino Unido bateu, no dia 16, o recorde de casos diários, e o mesmo aconteceu na Dinamarca. As curvas de incidência desses países estão a ser substituídas por uma parede de casos, quase um arranha céus de casos. É a incerteza que daí decorre que nos preocupa", reconheceu a ministra. 

Esta tarde será publicado o relatório semanal de monitorização das linhas vermelhas da pandemia e na próxima semana haverá "mais dados que partilharemos", ressalvou Marta Temido. 

"Este é um momento difícil, em que estamos todos postos à prova. Mais casos, mesmo que com menor gravidade, originarão um maior volume de pessoas com necessidades de internamento e eventuais óbitos", avisou.

A ideia de incerteza associada à nova variante foi reforçada por Baltazar Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública, nomeadamente "a sua expressão ao nível de aumento das hospitalizações". 

"Caso se verifique que as vacinas têm uma menor proteção contra a hospitalização, poderemos ter cenários em que o número de hospitalizações ultrapasse bastante as linhas vermelhas. Se a vacina não tiver a performance que desejamos, poderemos ter de adotar outras medidas para conter a epidemia", admitiu o especialista. 

"Mas também temos cenários que nos dizem o contrário. Que o numero de hospitalizações poderá manter-se abaixo dos limiares de alerta. Neste momento é muito incerto", realçou.
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