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Marta Temido: "Estamos prontos para receber, armazenar e distribuir a vacina"
A ministra da saúde avisa que com a manutenção do ritmo de novos casos de covid-19 em torno dos 6.000 por dia "vamos ter provavelmente 700 doentes em cuidados intensivos e isso é critico".
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou este sábado, em entrevista ao jornal da tarde da SIC, que "estamos prontos para recebem, armazenar e distribuir" a vacina para a covid-19, "mas não sabemos quando nos chegará nem que vacina nos chegará".
Questionada sobre o plano de vacinação para a covid-19 do país, a responsável adiantou que já "foi designada uma comissão que integra pessoas da área da saúde, mas também de outros setores, como a defesa nacional, administração interna, entre outros, e que tem nas mãos a coordenação daquilo que é atuação de vários serviços, designadamente a Direção-Geral de Saúde , a quem cabe a responsabilidade pela definição mais pormenorizada de cada um dos grupos de risco".
Sobre esses grupos-alvo, Marta Temido afirmou que "sabemos genericamente quais são, são populações acima de determinada idade, com morbilidades, profissionais de saúde envolvidos no cuidado a pessoas particularmente vulneráveis pela sua idade e pessoas que asseguram funções essenciais para o Estado".
A ministra recusou que haja atrasos em Portugal nesse plano, salientando que "já trabalhamos aspetos da logística" até porque "sabemos que vamos ter várias vacinas, cada uma tem as suas condições de refrigeração".
Disse ainda que "sabemos que vamos ter uma estratégia de administração da vacina que vai precisar de profissionais de saúde para garantir que é realizada no mais curto espaço de tempo possível e precisamos que as pessoas percebam que a vacina vai ter grupos indicados, e é a esses que ela se destina e não a outros".
Marta Temido assegurou ainda que dentro de dois meses os portugueses vão começar a ser vacinados "se a vacina estiver em Portugal", acrescentando que "quando a vacina chegar queremos que esteja tudo preparado para a sua administração".
A ministra voltou a apelar para a travagem das cadeias de transmissão da doença, adiantando que o número de casos de doentes em cuidados intensivos era ontem de 485, quando há "disponibilidade para doentes covid de 569 camas, e num número que, de acordo com a agregação hospitalar, é de 1.036 camas para doentes de cuidados intensivos".
"Precisamos de parar a transmissão. Estamos neste momento com desaceleração do risco de transmissão mas com um número de novos casos muito alto, acima dos 6.000", afirmou Marta Temido, frisando que "se continuarmos com este número de casos, se não conseguirmos virar a curva, vamos ter provavelmente 700 doentes em cuidados intensivos e isso é critico".