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Maiores de 80 anos entram nas prioridades da vacinação contra a covid-19

O Governo atualizou o plano de vacinação para incluir os mais velhos sem doenças de risco, estimando que 80% estarão protegidos ainda no primeiro trimestre. Políticos, bombeiros e polícias começam a ser vacinados a 1 de fevereiro.

A ministra da Saúde disse ontem que as primeiras vacinas serão administradas entre 27 e 29 de dezembro.
Rodrigo Antunes/Lusa
25 de Janeiro de 2021 às 13:22
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O Ministério da Saúde vai atualizar o plano de vacinação para a covid-19 para incluir todas as pessoas com mais de 80 anos na lista dos primeiros grupos prioritários para a administração da vacina, mesmo que não tenham sido diagnosticadas com as "patologias de risco com desfecho fatal para a covid-19".

 

Este alargamento do primeiro grupo prioritário aos mais velhos sem patologias de risco, que já tinha sido reclamado por especialistas da área da saúde e partidos da oposição, acontece depois de, a nível europeu, ter sido definido o objetivo de vacinar até março de 2021 pelo menos 80% desta população acima dos 80 anos de idade – e a mesma percentagem de profissionais de saúde –, desde que se mantenham os calendários de entrega das vacinas.

 

A novidade foi transmitida em conferência de imprensa pela ministra da Saúde, Marta Temido, que confirmou a chegada esta segunda-feira, 25 de janeiro, de mais 99.450 vacinas da Pfizer, o que faz ascender o número total de doses a 411.600 (inclui também algumas da primeira remessa da Moderna), que estão a ser distribuídas em Portugal continental e nas regiões autónomas.

 

Depois de terem sido realizadas cerca de 255.700 inoculações até às 19h de domingo, a governante estima que até ao final desta semana estejam já vacinados cerca de 100 mil profissionais de saúde do setor público e privado e também a totalidade dos trabalhadores e residentes em lares de idosos e unidades de cuidados continuados, à exceção daqueles que têm surtos ativos de covid-19.

 

Na próxima semana, a partir de 1 de fevereiro, arranca a vacinação dos bombeiros, das forças de segurança e também dos titulares de cargos políticos (inclui autarcas), que acabaram por ser incluídos na primeira fase de vacinação. Assim como das pessoas com mais de 50 anos e doenças de risco associadas, como já estava previsto no plano inicial. Serão "um pouco menos de meio milhão", nas contas da ministra, e estão a ser identificadas pelos centros de saúde e através dos serviços privados, no caso de não serem utentes do SNS.

 

Depois de alguns países terem ponderado adiar a segunda toma da vacina da Pfizer para acelerar a imunidade das populações, como o Reino Unido, a Alemanha ou a Dinamarca, o Executivo português questionou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre o tema, mas ainda não recebeu qualquer recomendação da entidade reguladora. Por isso, esclareceu a ministra, Portugal continua a fazer os 21 dias de intervalo entre as tomas.

 

No final da reunião com a "task force" liderada por Francisco Ramos, questionada sobre o surgimento de novas estirpes mais contagiosas, Marta Temido voltou a dizer que Portugal está com uma "prevalência significativa de circulação" da variante inglesa, lembrando que já foi também identificado um caso da variante com origem na África do Sul. "É muito preocupante porque indicia que o país está a ser mais atacado por esta variante do que outros congéneres", concluiu.

Mudar as máscaras? Ministra espera, indústria desespera As autoridades alemãs decidiram tornar obrigatório a utilização de máscaras FFP2 ou KN95 nos transportes públicos e nas lojas, por considerar mais eficazes na proteção contra a covid-19, mas a ministra da Saúde referiu que "não há ainda recomendações adicionais" sobre o tema das máscaras ao nível do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. "Temos sempre alinhado as nossas posições com as recomendações internacionais. Estamos muito atentos e, logo que haja alguma informação que coloque alguma necessidade de adaptação, fá-lo-emos", rematou Marta Temido. Já o líder da associação dos industriais portugueses do têxtil e do vestuário (ATP), Mário Jorge Machado, aconselha a "separar as máscaras têxteis não testadas das certificadas". Em declarações ao jornal T, o também dono da Adalberto, que criou uma máscara comunitária em parceria com a Mo (Sonae), garante que "as máscaras sociais profissionais estão ao nível do que se chama respiradores, como o provam os ensaios laboratoriais" realizados pelo CITEVE, o centro tecnológico do setor.
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