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Governo diz que "intenso trabalho bilateral" foi decisivo para sair da "lista negra" britânica

O Ministério dos Negócios Estrangeiros enviou uma nota às redações em que defende que o "intenso trabalho bilateral realizado", quer político quer técnico, junto das autoridades britânicas "muito contribuiu" para o Reino Unido abrir o corredor aéreo a Portugal.

20 de Agosto de 2020 às 17:53
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Pouco depois de ter sido anunciada a decisão britânica relativa à abertura do corredor aéreo entre o Reino Unido e Portugal, o Governo português fez questão de sinalizar esta decisão "muito importante" para a qual "muito contribuiu o intenso trabalho bilateral realizado, quer ao nível político, quer ao nível técnico". 

Em comunicado enviado às redações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros salienta que "esta decisão é muito importante na medida em que permitirá repor a habitual mobilidade de pessoas entre Portugal e o Reino Unido, qualquer que seja o motivo das deslocações" e que assume "particular relevância para os mais de 300 mil portugueses que residem no Reino Unido, bem como para os mais de 30 mil britânicos que escolheram Portugal para viver, bem como para as muitas centenas de estudantes portugueses em universidades britânicas e trabalhadores e quadros profissionais que têm de se deslocar regularmente entre os dois países".

O Ministério tutelado por Augusto Santos Silva destaca também "o reconhecimento da evolução positiva da situação [da pandemia] em Portugal, nomeadamente a capacidade para testar em larga escala, detetar os casos positivos, controlar a sua transmissão e tratá-los da forma mais adequada".

Recorde-se que as autoridades portuguesas argumentaram, em diversas ocasiões, contra a manutenção de Portugal na "lista negra" britânica considerando que tal se devia ao elevado número de testes realizados no país, o que inflacionava o número de novos casos por 100 mil habitantes usado como critério por Londres.

Dado que o governo britânico deixou de fora Portugal em várias das revisões aos corredores aéreos feitas nas últimas semanas, Santos Silva chegou a ameaçar retaliar na mesma moeda contra os países que, a exemplo do Reino Unido, exigissem que os cidadãos que viajassem para Portugal cumprissem um período de quarentena no regresso à origem. O chefe da diplomacia portuguesa foi acusado pela oposição e por comentadores, entre os quais Marques Mendes, de ter sido pouco diplomático e aconselhado, em conjunto com o Governo, a fazer o trabalho de casa para que Londres revertesse a respetiva posição. 

A partir das 04:00 da madrugada do próximo sábado, 22 de agosto, as pessoas que viajarem para o Reino Unido a partir de Portugal não ficarão sujeitas à obrigatoriedade de cumprir 14 dias de quarentena. 

"O Reino Unido junta-se assim à Polónia, à Grécia, à República Checa, à Hungria, a Malta, à Roménia, à Bélgica, aos Países Baixos, à Dinamarca e ao Chipre no levantamento de restrições à mobilidade de passageiros oriundos de Portugal", acrescenta a nota escrita pelos Negócios Estrangeiros. 

Esta quinta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu ser preciso prevenir, a todo o custo, que uma eventual deterioração da crise sanitária leve a novo encerramento de fronteiras na União Europeia. A Comissão Europeia, o órgão executivo comunitário, foi alvo de críticas por, mesmo não sendo uma competência exclusiva de Bruxelas, não ter coordenado devidamente o encerramento de fronteiras na UE, abrindo espaço a medidas discricionárias por parte dos diferentes Estados-membros. 

(Notícia atualizada)

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