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Covid-19: Marcelo afirma que Portugal é visto como exemplo mas rejeita facilitismo

O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que Portugal é visto por outros países europeus como exemplo pela taxa de vacinação e combate à covid-19, mas que este "é um processo que não terminou, não há facilitismo".

Miguel A. Lopes / Lusa
16 de Setembro de 2021 às 20:31
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Marcelo Rebelo de Sousa falava no Infarmed -- Autoridade Nacional do Medicamento, em Lisboa, onde hoje se realizou a 23.ª sessão sobre a evolução da covid-19 em Portugal.

Durante a reunião, após ouvir os especialistas, o chefe de Estado referiu que no encontro de chefes de Estado do Grupo de Arraiolos em que participou na quarta-feira, em Roma, "onde estavam catorze países europeus, Portugal era de longe o que tinha a taxa de vacinação mais elevada".

"E olhavam para Portugal como um exemplo daquilo que tinha sido a viragem, fruto da conjugação de medidas de proteção com uma campanha muito intensa de vacinação em curto espaço de tempo. Isso era repetido, era assumido por vários dos presentes", acrescentou.

À saída do Infarmed, em resposta a questões dos jornalistas, o chefe de Estado considerou que esta "foi uma sessão que representou o fechar de uma página, mas não a conclusão de um processo, abriu-se uma nova página no mesmo processo".

"Desde logo, foi dito que, se houver circunstâncias que obriguem à imposição de restrições, as restrições serão impostas. Vai haver uma monitorização permanente da situação. Se de repente houver agravamentos que exijam também em grau diverso tomada de medidas, serão tomadas. Isso foi dito, para que ficasse claro", realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou como fatores a ter em conta o eventual "aparecimento de novas variantes" do vírus SARS-CoV-2, a situação dos "infetados que tiveram uma dose de vacina", se "chega não chega", e das pessoas com "idade mais elevada e que podem ter problemas de anticorpos", assim como os casos de "patologias que exigem desde já uma terceira dose".

O Presidente da República assinalou que em países do centro e do leste da "os números agravaram-se" e que em Portugal "continua a haver doentes internados, em cuidados intensivos e continua a haver mortos" com covid-19.

"Portanto, é um processo que não terminou, não há facilitismo", reforçou, enquadrando o atual momento como "o adaptar, ajustar os comportamentos e os procedimentos a uma nova fase, mas sem facilitismo".

O chefe de Estado apelou aos portugueses para que saibam "julgar caso a caso o que devem fazer" para proteger sua saúde e a dos outros, em especial na abertura do ano letivo e no período do Natal e da passagem do ano.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a atuação do Governo, em particular da ministra da Saúde, e o papel das Forças Armadas e do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da estrutura responsável pelo plano nacional de vacinação contra a covid-19, declarando: "Houve aqui uma equipa e houve liderança. Sem liderança não era possível, sem equipa não era possível".

No final, Marcelo Rebelo de Sousa disse que saía desta reunião "com uma grande alegria, que é a que decorreu da resposta dos portugueses ao longo deste processo", e que espera "que da mesma maneira que correu bem no passado corra bem no futuro".

Em Portugal, desde março de 2020, já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados mais de um milhão de casos de infeção com o vírus SARS-CoV-2, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o boletim hoje divulgado pela DGS, nas últimas 24 horas registaram-se 1.062 novos casos de infeção e seis mortes associadas à covid-19 e encontram-se atualmente internados 497 pessoas com esta doença, 103 das quais em cuidados intensivos.

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