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China vê uma recuperação em V mas analistas apontam exceção
A China, assim como alguns outros países asiáticos, estão a assistir a uma recuperação pós-pandemia a pique. Contudo, este não é um motivo de esperança para o resto do mundo, defendem os analistas, que veem este cenário como excecional.
A China está a conseguir recompor-se rapidamente depois da queda abrupta que a economia sofreu na sequência da pandemia de covid-19. Contudo, o ressalto pujante não deve ser visto como regra para o geral dos países afetados pelo vírus, defendem os analistas consultados pela CNBC.
"O que se vê é um recuperação em forma de V (no índice de produção industrial, PMI), que se foi muito abaixo em fevereiro, recuperou em março, mostrou-se forte em abril e ultrapassou a fasquia dos 50 em maio", observa o diretor da IMA Asia, Richard Martin. Note-se que o nível 50 é o que separa uma contração de uma expansão na produção.
O PMI chinês situou-se nos 50,6 pontos em maio, de acordo com o gabinete de estatísticas do país. Já as previsões privadas do IHS Markit, reveladas esta segunda-feira, mostram o índice nos 50,7 no mesmo mês.
O mesmo analista prevê recuperações semelhantes em Taiwan e no Vietname. Contudo, no restante globo, a IMA Asia avisa que "todos devem ir abaixo e manter-se em baixo por dois ou três meses antes de voltarem ao cimo".
Este será o caso, especifica Martin, na Europa e nos Estados Unidos onde "as pessoas ainda não se ajustaram" a essa realidade.
Apesar do movimento de desconfinamento, a IMA Asia alerta para um "novo normal" que implicará deflação dada a quebra na procura, uma vez que a sombra de uma segunda onda de infeções vai manter-se. Depois da "onda covid", outras três se seguem até ao fim do ano: "desemprego, bancarrota e falhas no pagamento de crédito".