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CGTP alerta para situação de pais em teletrabalho com filhos pequenos

A CGTP alertou esta sexta-feira para a situação dos pais e mães que estão em teletrabalho por causa da pandemia da covid-19 e ao mesmo tempo têm de cuidar dos filhos pequenos, por falta de alternativa e apoio pecuniário.

Vodafone e Tabaqueira dizem, por exemplo, que limitaram nas pontes as reuniões em teletrabalho.
Albert Gea/Reuters
29 de Janeiro de 2021 às 20:16
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"Com o encerramento das atividades letivas e não letivas em todos os estabelecimentos de ensino e equipamentos de apoio à infância, voltou o drama do teletrabalho para milhares de mães e pais com crianças a cargo", salientou a central sindical num comunicado, criticando o Governo por, neste confinamento, deixar de novo estes pais excluídos dos apoios financeiros.

Os trabalhadores com filhos menores de 12 anos que tiveram de deixar de trabalhar para cuidar deles devido ao encerramento das escolas têm direito a receber 65% da remuneração, mas quem pode desempenhar as suas funções em teletrabalho, não tem alternativa, tem de trabalhar e cuidar das crianças pois não tem direito a qualquer apoio.

Na nota de imprensa a Intersindical criticou a situação dos pais em teletrabalho e "a insuficiência do valor do apoio que se traduz na redução do rendimento mensal dos trabalhadores obrigados a ficar em casa para cuidar dos filhos".

"É inaceitável que num quadro de tamanha dificuldade, o Governo, quando chamado a decidir sobre medidas de apoio aos trabalhadores e às famílias, continue a pecar por defeito, deixando-os fragilizados nos seus rendimentos e impossibilitados de conciliar a prestação de teletrabalho com os cuidados a prestar às crianças", afirmou.

A CGTP considerou ainda inadmissível que se "remeta as crianças para segundo plano, no preciso momento em que mais necessitam de atenção, assistência e acompanhamento dos pais".

Segundo a central sindical, a sua posição é suportada "por dezenas de apelos de mulheres trabalhadoras, em particular de atendimento permanente ao público", que não conseguem articular o teletrabalho com a assistência adequada aos filhos menores e perdem a totalidade dos rendimentos por terem de optar pelo cuidado dos filhos.

Para ilustrar a situação, a CGTP divulgou também um vídeo de uma jovem mulher que está em teletrabalho, numa linha de atendimento telefónico, ao mesmo tempo que cuida da filha de dois anos.

Além do testemunho da trabalhadora sobre o seu quotidiano em teletrabalho, é visível uma situação em que ela está a falar ao telefone com um cliente enquanto a criança a aborda a choramingar em busca de consolo.

A mulher em causa, defendeu, tal como a CGTP no comunicado, a alteração legislativa que permita a dispensa de teletrabalho para cuidar das crianças, com direito à remuneração total.

A CGTP reafirmou ainda que "é urgente garantir que, no caso de um progenitor se encontrar em teletrabalho, o outro tenha direito a receber o apoio à família, que hoje lhe é negado".

Segundo a Intersindical, "mais de um milhão de trabalhadores teve cortes nos seus salários devido às opções desequilibradas do Governo, que não garantiram o emprego nem a totalidade dos salários aos trabalhadores no conjunto das medidas de apoio que foram sendo implementadas".


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