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Calamidade em Ovar "rouba" tabuleiros à Montiqueijo

A empresa de Loures já teve de procurar alternativas após o bloqueio aplicado a um fornecedor de cartonagem. A fábrica de queijos reduziu a produção ao ritmo das encomendas e está com menos trabalhadores ao serviço.

Bruno Simão
20 de Março de 2020 às 13:15
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O decreto de estado de calamidade em Ovar, onde está um dos fornecedores de cartonagem, obrigou a Montiqueijo a "procurar soluções alternativas" juntos dos clientes. É que essa fábrica do distrito de Aveiro informou que esta semana não iria conseguir entregar duas referências de tabuleiros utilizados pela indústria de produtos lácteos.

 

Este é um dos primeiros impactos práticos da pandemia da covid-19 na empresa liderada por Dina Duarte, que sente sobretudo "dificuldades no acesso a matérias subsidiárias". Nas matérias-primas a situação está salvaguardada, uma vez que é proprietária de uma herdade (Agroleite) de onde advém todo o leite para produzir os queijos em Lousa, no concelho de Loures.

 

Fundada em 1963 pelo casal Carlos e Ludovina Duarte, a Montiqueijo iniciou a atividade com uma pequena unidade para vender queijo fresco em Lisboa. Atualmente comandada pela segunda geração da família, emprega cerca de 60 pessoas, tem uma capacidade de produção de 40.000 litros por dia e é uma das principais marcas portuguesas de queijo fresco, requeijão e queijo curado.

 

A Montiqueijo foi fundada em 1963 pelos pais de Dina Duarte.
A Montiqueijo foi fundada em 1963 pelos pais de Dina Duarte. Bruno Simão



Em declarações ao Negócios, Dina Duarte reconhece que "é difícil não sentir o decréscimo da procura e consequentemente de produção, tendo em conta que [trabalha] com o canal Horeca e [recebe] muitas encomendas". "Sentimos o caos face ao habitual dia-a-dia com os clientes e parceiros, devido ao encerramento dos restaurantes, refeitórios coletivos e serviços de catering", detalha.

 

Oscilação nas encomendas dos supermercados

 

No canal da grande distribuição, a empresária conta que está a receber "pedidos muito oscilantes, quer para muito quer para pouco, em função do espaço que têm disponível nos armazéns para depois fazerem chegar os produtos às prateleiras das lojas". E com as "restrições de recursos humanos" impostas pela conjuntura atual, acrescenta, "não é fácil dar resposta à elevada procura que se fez sentir nestes dias".

 

Ainda assim, a diretora-geral, Dina Duarte, sublinha que "estão a ser tomadas várias medidas pela distribuição para reduzir o ‘kardex’ dos produtos e, com isso, simplificar a produção das linhas de produtos que [podem] trabalhar, nas quantidades, e simplificar o número de referências".

 

Reduzimos nesta altura o número de colaboradores em atividade diária porque tinham ainda períodos de férias para usufruir. Dina Duarte, Diretora Geral da Montiqueijo

 

A ajustar-se dia após dia, "agindo de acordo com a evolução da situação", a administração da Montiqueijo decidiu "reduzir nesta altura o número de colaboradores em atividade diária porque tinham ainda períodos de férias para usufruir".

 

E aos cuidados de higienização e desinfeção que já cumpria antes por ser uma produtora do ramo alimentar, adotou também um plano de contingência que, por exemplo, inclui restrições de acesso a pessoas externas, a entrega de encomendas com o menor contacto possível ou o contacto com os clientes via telefone e email.

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