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Bolsonaro promete vacinas para toda a população até final do ano

O Presidente do Brasil prometeu vacinas contra a covid-19 para toda a população até ao final do ano, num discurso ao país, proferido na rede de rádio e televisão, acompanhado por protestos em várias cidades.

O presidente brasileiro realizou o despiste à Covid-19 depois de sentir os primeiros sintomas da doença. Foi confirmado que tinha testado positivo a 7 de Julho. Ao contrário do primeiro-ministro britânico, Jair Bolsonaro não mudou de atitude em relação a uma doença que descreveu como uma “gripezinha”. A mulher do chefe de Estado brasileiro, Michelle Bolsonaro, também foi diagnosticada com o vírus a 30 de Julho.
reuters
03 de Junho de 2021 às 07:40
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Na intervenção, de cerca de cinco minutos, Jair Bolsonaro realçou uma série de medidas tomadas pelo Governo em várias áreas de atuação e frisou que "não obrigou ninguém a ficar em casa, não fechou o comércio e não fechou igrejas ou escolas" durante a pandemia.

"Sinto profundamente cada vida perdida em nosso país. Hoje [terça-feira], alcançámos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a estados e municípios. O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta. Neste ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados", afirmou.

Contudo, a campanha de vacinação contra a covid-19 avança a um ritmo lento no Brasil, onde apenas 10,6% dos brasileiros (22,6 milhões de pessoas) receberam a dosagem completa da vacinação.

Bolsonaro mencionou ainda o acordo de transferência de tecnologia entre a estatal brasileira Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a AstraZeneca para a produção de vacinas no país.

O chefe de Estado indicou que o acordo assinado, na terça-feira, vai permitir ao Brasil entrar "na elite" dos países produtores de vacinas.

Bolsonaro repetiu que se mantém "dentro das quatro linhas da Constituição" e salientou não ter atuado como governadores e prefeitos, que adotaram duras medidas para travar a disseminação do vírus.

"O nosso Governo joga dentro das quatro linhas da Constituição, considera o direto de ir e vir, o direito ao trabalho e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis. Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade", disse Bolsonaro, que nega a gravidade da covid-19, a qual chegou a classificar de "gripezinha".

O Presidente destacou ainda os números económicos divulgados esta semana e afirmou que a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá crescer cerca de 4% este ano, recuperando o nível pré-pandemia.

"Terminámos 2020 com mais empregos formais que 2019. (...) Realizámos leilões de rodovias, portos e aeroportos. Levámos internet para mais de oito milhões de brasileiros em grande parte para as regiões norte e nordeste", destacou.

"A bolsa de valores bateu recorde histórico, a moeda brasileira se fortalece, e estamos avançando no difícil processo de privatizações. (...) As estatais, no passado, davam prejuízo de dezenas de milhares de milhões de reais devido à corrupção sistémica e generalizada. Hoje são lucrativas. (...) Só no 1.º trimestre deste ano, a economia mostrou seu vigor, estando entre os países do mundo que mais cresceram", acrescentou.

Bolsonaro mencionou ainda realização da Copa América de futebol no Brasil, garantindo que serão seguidos os mesmos protocolos da Copa dos Libertadores e das eliminatórias para a Copa do Mundo.

Durante a transmissão, o Presidente brasileiro foi alvo de "um panelaço" em várias cidades do país, com os moradores a exigirem, ao som de pancadas em objetos metálicos, como panelas, a saída do poder de Jair Bolsonaro.

As declarações de Bolsonaro surgiram apenas quatro dias depois de centenas de milhares de brasileiros terem saído às ruas, no sábado, para exigir a destituição do Presidente e uma vacinação em massa no país.

O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totalizou já 467.706 óbitos e 16.720.081 casos de covid-19, com os especialistas a preverem uma terceira vaga da doença, nas próximas semanas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.681.985 mortos no mundo, resultantes de mais de 171 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.026 pessoas dos 850.262 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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