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António Costa avisa que não haverá regresso à normalidade antes do verão de 2021
O primeiro-ministro diz que partir de maio já não quer retomar o estado de emergência, mas avisou que as medidas de contenção são para manter. E alertou que este “não é o momento para divisões, mas sim para todos nos mantermos unidos”, numa referência à polémica por causa das comemorações do 25 de Abril.
Não se pense que em maio, levantado o estado de emergência, poderemos voltar à vida normal que tínhamos anteriormente, avisou esta segunda-feira o primeiro-ministro. "Até haver uma vacina, não vamos retornar a vida normal. Mesmo sem estado de emergência não vamos poder viver como vivíamos antes", sublinhou repetidamente António Costa em declarações aos jornalistas na sequência de um encontro com o cardeal patriarca de Lisboa para falar sobre a forma como serão retomadas as celebrações religiosas.
"Não podemos viver permanentemente nesta clausura", mas "estima-se que só no verão de 2021 poderemos contar com a vacina", pelo que, até lá, "vamos ter um longo período" em que será necessário continuar a cumprir as regras de afastamento pessoal e higiene, avisou o primeiro-ministro. "É preciso termos bem a noção que ao sair ao estado de emergência não volta tudo ao normal."
O primeiro-ministro não avançou de que forma será o regresso das celebrações religiosas, uma comunicação que deixou para o cardeal patriarca, mas afirmou que o Governo está "em diálogo com a igreja de forma a compatibilizar o que é a celebração da fé com o que devem ser as regras" de contenção.
"Vamos fazer uma nova avaliação do estado de emergência a 28 de abril e definir orientações no Conselho de Ministros de 30 de abril sobre como começar a retirar as restrições", explicou, acrescentando que "todos desejamos não ter de renovar em maio o período do estado de emergência".
Nessa altura, "a nossa liberdade será tanto maior quanto maior for agora a nossa disciplina e contenção", lembrou.
Questionado sobre as celebrações do 25 de abril, que têm levantado alguma polémica, António Costa sublinhou que "temos conseguido viver sem suspender o nosso regime democrático" e a Assembleia da República tem reunido em plenário e que temos de "conduzir-nos com bom senso".
Admitindo que começa a haver algum "cansaço em relação às medidas de contenção" o primeiro-ministro sublinhou que "não é o momento para divisões, mas sim para todos nos mantermos unidos e seguir os exemplos que, olhe, neste caso, a igreja católica tem dado, relativamente à forma como devemos celebrar os valores de cada um, tendo em conta as necessidades de todos contribuirmos para controlar esta pandemia".