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10% dos trabalhadores dos EUA vão mudar de profissão por causa da covid-19

Um em cada dez trabalhadores dos Estados Unidos - cerca de 17 milhões, ao todo – deverá ser forçado a deixar o seu emprego e assumir novas ocupações até 2030 já que os efeitos colaterais da covid-19 irão destruir muitos empregos de baixa remuneração num mercado de trabalho à beira da rutura antes mesmo da pandemia.

Vodafone e Tabaqueira dizem, por exemplo, que limitaram nas pontes as reuniões em teletrabalho.
Albert Gea/Reuters
21 de Fevereiro de 2021 às 14:00
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Mulheres, minorias, jovens e pessoas com baixas qualificações serão provavelmente os mais atingidos, pelo que a empresa de consultoria McKinsey chama, num novo relatório, de esvaziamento sem precedentes do trabalho de baixa remuneração no retalho, hotelaria e outros setores.

"A Covid é um grande disruptor", disse em entrevista Susan Lund, da McKinsey Global Institute, braço de pesquisa da consultora.



Os 17 milhões de americanos fazem parte dos mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo que, segundo o instituto, terão de deixar os seus empregos e entrar em novas linhas de trabalho até ao final da década. Isso representa cerca de um em cada 16 trabalhadores nas oito principais economias cobertas pelo estudo, que inclui China, Japão, Alemanha e Reino Unido, além dos Estados Unidos.

Num artigo de mais de 130 páginas, o instituto vê a pandemia a acelerar três tendências que continuarão a afetar o mercado de trabalho nos próximos anos: mais teletrabalho; crescimento do comércio eletrónico e uma maior "economia das entregas"; e intensificação do uso comercial de inteligência artificial e robôs.

"As forças que a Covid-19 desencadeou significam que pode haver muito menos procura por trabalhadores da linha de frente em serviços de alimentação, retalho, hotelaria e entretenimento", disse Lund.

Esta realidade levou a McKinsey a elevar a sua estimativa pré-pandémica de quantos trabalhadores terão de mudar de ocupação em 28%, ou 3,8 milhões, para 17 milhões.

As consequências da pandemia também tornarão mais difícil para muitos trabalhadores realizarem a mudança. "A transição que terão de fazer será ainda maior e mais assustadora", disse Lund.

"Era habitual trabalhadores de baixo rendimento irem do fast food, digamos, para o retalho, depois do retalho para a hotelaria", acrescentou. "Mas agora esses empregos agregados estão a diminuir, pelo que a maioria terá de procurar um trabalho de qualificação média, num ambiente de escritório ou manufatura."

O esperado esvaziamento das posições de baixa remuneração acontecerá após décadas de polarização do mercado de trabalho, que viu os empregos da classe média na indústria e em outros setores diminuírem, mesmo com o aumento do emprego na parte inferior e superior da escala de rendimentos.




Outra tendência que pode ser revertida, segundo Lund, é o aumento da concentração de empregos nas maiores cidades do mundo após a crise financeira.

A covid-19 - e o aumento do teletrabalho - estão a levar alguns trabalhadores e empresas a mudarem-se para cidades mais pequenas e menos populosas. Embora as taxas de desocupação de escritórios tenham aumentado em lugares como São Francisco, caíram em locais mais pequenos como Charlotte, na Carolina do Norte, de acordo com o relatório.

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