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Sopram bons ventos da economia europeia
Foi uma manhã de boas notícias para a economia europeia. O índice de actividade industrial continua sólido e a taxa desemprego segue a sua trajectória de queda na Zona Euro. Com a economia portuguesa muito dependente de factores externos para crescer, é essencial para Lisboa que esta tendência se mantenha.
No mês passado, o índice PMI, que mede a evolução da indústria, atingiu os valores mais elevados na Holanda, Irlanda e Itália. Este indicador também cresceu na Alemanha e Espanha, e ficou inalterado em França. O crescimento da indústria na Zona Euro acelerou no mês passado, prolongando uma recuperação lenta, que poderá levar o Banco Central Europeu (BCE) a reforçar os estímulos à economia da região já esta quinta-feira.
O índice de gestores de compras (PMI, na sigla inglesa) para a indústria da Zona Euro, da Markit Economics, subiu de 52,3 pontos, em Outubro, para 52,8 pontos no mês passado, o valor mais elevado desde Abril de 2014. Todos os países analisados pela Markit registaram valores acima de 50 pontos – que fazem a fronteira entre a expansão e a contracção – excepto a Grécia, onde a indústria encolheu pelo 15.º mês consecutivo. "Não é, de forma alguma, um ritmo espectacular de expansão", refere Chris Williamson, economista-chefe da Markit Economics, citado no comunicado. "O cenário está montado para o BCE anunciar novas medidas de estímulo na reunião de Dezembro".
Também esta manhã, foram conhecidos os dados do desemprego de Outubro para os países da moeda única, relevando uma descida para os 10,7%, o valor mais baixo desde Janeiro de 2012. Na União Europeia manteve-se em mínimos de Setembro de 2009, nos 9,3%.
O Eurostat estima que 22,497 milhões de pessoas da União Europeia estavam sem trabalho em Outubro, das quais 17,24 milhões na Zona Euro. Em
Economista-chefe da Markit Economics
comparação com o mês anterior, o número de pessoas desempregadas diminuiu em 36 mil na União Europeia e em 13 mil na Zona Euro. Entre os Estados-membros da União Europeia, as taxas de desemprego mais baixas foram registadas na Alemanha (4,5%), República Checa (4,7%) e Malta (5,1%), e as mais elevadas na Grécia (24,6% em Agosto) e em Espanha (21,6%).
Para Portugal, é essencial que estes dados continuem a mostrar solidez nos próximos anos, uma vez que a economia nacional é muito dependente do exterior. Qualquer abanão na Europa colocará a recuperação em perigo e, claro, um estímulo positivo ajudará o crescimento. Para já, os dados de actividade são positivos (embora ainda algo débeis). Talvez mais importante, o Banco Central Europeu (BCE) continua a mostrar-se disposto a adoptar uma postura expansionista que deverá ter um impacto positivo na economia europeia e, por arrasto, em Portugal.
Itália destaca-se nos ganhos da indústria
No mês de Novembro, a liderar o crescimento da indústria estiveram Itália, Holanda e Irlanda. Em Itália, o PMI avançou para os 54,9 pontos, o valor mais elevado dos últimos quatro meses, na Holanda fixou-se nos 53,5 pontos e, na Irlanda, nos 53,3 pontos. Em Espanha, este indicador atingiu o valor mais alto dos últimos três meses, nos 53,1 pontos e, na Alemanha, a maior economia europeia, o PMI aumentou de 52,1 pontos, em Outubro, para 52,9 pontos, em Novembro.
Pelo contrário, a indústria francesa estagnou no mês passado e, na Grécia, o índice avançou de 47,3 pontos para 48,1 pontos, mantendo-se, porém, abaixo da marca dos 50 pontos.
Samuel Agass, economista da Markit Economics, considera que a indústria grega "parece estar a caminhar em direcção à estabilidade". Contudo, "as novas encomendas recebidas e a actividade de compra estão a diminuir acentuadamente, indicando que o consumo está a ser restringido pelos controlos de capital impostos sobre a economia", acrescenta o economista.