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Offshores com quase um terço do investimento estrangeiro na União Europeia

Os valores respeitam a 2016, quando residentes em localizações como Bermuda ou Panamá detinham 29,3% do total de investimento estrangeiro registado na União Europeia, um reforço face a 2015.

Reuters
Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt 21 de Dezembro de 2017 às 11:00

Quase um terço do total de investimento estrangeiro detido por estrangeiros na União Europeia no ano passado proveio de centros financeiros offshore, tendo este valor aumentado quase 7% em relação a 2015.

De acordo com as estatísticas divulgadas esta quinta-feira, 21 de Dezembro, pelo Eurostat, o investimento feito a partir daquelas localizações nos 28 países da União Europeia ascendeu a 1.838 milhões de euros, um aumento de 6,65% em relação a 2015 e representando 29,3% do total de 6.268 milhões de euros de investimento estrangeiro aplicado no bloco europeu. Esta é uma subida ligeira em relação aos 28,73% que representava em 2015.

Já a posição de investimento detida no resto do mundo através dos offshores localizados na União Europeia (como Liechtenstein, Guernsey, Jersey, Ilha de Man, Andorra e Gibraltar) totalizou 1.276 milhões de euros (16,8% do total de 7.599 milhões de euros investidos pela UE em países estrangeiros, contra 16,3% em 2015), número que representa uma subida em relação aos 1.187,9 milhões de euros de 2015.

A posição líquida de investimento internacional da União Europeia no final de 2016 totalizou 1.330 milhões de euros, dando à UE uma posição líquida positiva nesta matéria. Na base deste número estão crescimentos de 4,6% nos investimentos feitos por agentes da União Europeia no estrangeiro (para 7.599 milhões de euros) e subidas de 4,5% nas posições de investimento de estrangeiros na União Europeia (para 6.268 milhões de euros).

A maioria dos investimentos detidos fora de portas está concentrada nos EUA (58,6% do total), seguida de 20,8% dos países europeus exteriores ao bloco dos 28. São também os norte-americanos os que mais investimentos têm na União Europeia (quota de 62,1%), seguidos dos restantes países europeus (23,8%).

Também esta quinta-feira o gabinete estatístico europeu divulgou dados sobre a correlação de forças da União Europeia para os seus parceiros comerciais no sector dos serviços, que continuou a degradar-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo, levando a balança desta actividade ao excedente mais baixo desde 2011.

Segundo aqueles dados, no ano passado a balança de serviços do conjunto dos 28 países do bloco europeu apresentou um excedente de 133,1mil milhões de euros em relação ao resto do mundo, o valor mais baixo desde os 135,6 mil milhões registados em 2011.

As exportações totalizaram 844,9 mil milhões de euros, ao passo que as compras a países terceiros ficaram em 711,8 mil milhões de euros. Na relação comercial com o principal parceiro, os Estados Unidos, o ano foi de inversão, passando de um excedente de 17,9 mil milhões de euros em 2015 para um défice de 1,3 mil milhões de euros.

Além dos EUA, só com a Índia e Hong Kong a UE registou um défice de transacções, tal como tinha acontecido em 2015. Já com a Rússia, país ao qual a União Europeia mantém sanções devido à questão da Ucrânia, o excedente manteve-se praticamente inalterado: 13,5 mil milhões de euros.

Entre as componentes da área de serviços, aquelas onde a União Europeia registou maiores excedentes foi nas de serviços financeiros (45,6 mil milhões de euros) e transportes (27,5 mil milhões de euros), ao passo que nos encargos com o uso de propriedade intelectual a balança se manteve deficitária em 49,4 mil milhões de euros.

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