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OCDE viu preços acelerar na reta final mas inflação anual abrandou para 6,9% em 2023

Desaceleração na inflação anual da OCDE foi explicada sobretudo pela descida de preços na energia. Porém, a inflação subjacente da OCDE atingiu a média anual mais elevada desde 1990. Em dezembro, preços no consumidor voltaram a acelerar, pondo fim a três meses de alívio.

O consumo das famílias no final do ano passado permitiu um desempenho da economia portuguesa que superou todas as expectativas.
Nuno Alfarrobinha
07 de Fevereiro de 2024 às 11:00
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Dezembro trouxe uma nova aceleração da inflação entre os 38 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Ainda assim, a variação média anual da inflação na OCDE foi de 6,9% em 2023, menos 2,6 pontos percentuais do que o registado no ano anterior.

Essa desaceleração na inflação anual da OCDE foi explicada sobretudo pela energia, cuja variação média anual foi negativa em -0,9% no conjunto do ano de 2023. O valor compara com uma inflação média anual de 29,6% na energia em 2022, ano em que o índice de preços no consumidor atingiu o valor recorde de 10,7%

No caso dos bens alimentares, o índice de preços no consumidor ficou também abaixo do nível de 2022, mas, ainda assim, acima de 10%. Em contrapartida, a inflação subjacente da OCDE, que exclui bens alimentares e energéticos (com maiores variações de preços) foi mais elevada em 2023 do que em 2022 (7,0% em 2023 e 6,7% em 2022), atingindo "a média anual mais elevada desde 1990".

No último mês de 2023, os preços no consumidor voltaram a acelerar, de 5,8% para 6%, pondo fim a três meses consecutivos de abrandamento da inflação na OCDE. A taxa de inflação acelerou em 14 países (entre os quais se destacam os Estados Unidos, Alemanha, França e Canadá) e manteve-se estável em três (como foi o caso do Reino Unido). As taxas de inflação registadas na OCDE foram inferiores a 10%, com exceção da Turquia. 

Sem contar com os produtos alimentares e energéticos, a inflação subjacente na OCDE manteve-se estável em 6,7% em dezembro. Porém, ficou ainda 0,7 pontos percentuais acima da inflação global, o que revela que a transmissão da subida de preços entre os diferentes produtos do cabaz é ainda grande e está ainda a gerar uma pressão ascendente sobre a inflação.

O índice relativo aos alimentos na OCDE abrandou para 6,7% em dezembro, o que compara com uma variação de 7,1% no mês anterior. Entre os 38 países da OCDE, a maioria (31) tiveram uma desaceleração nos preços dos bens alimentares em dezembro. Já a inflação nos bens energéticos na OCDE manteve-se negativa pelo oitavo mês consecutivo.

No grupo das sete economias mais industrializadas do mundo (G7), a inflação manteve-se estável em 3,2%, face a 3,1% no mês anterior. O maior aumento deu-se na Alemanha, com o índice de preços no consumidor a acelerar de 3,2% para 3,7%, refletindo um efeito de base do fim da medida temporária de apoio na energia.

Na Zona Euro, a inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), acelerou também para 2,9% em dezembro, após sete meses de alívio nos preços, "devido ao abrandamento da deflação energética". Já a inflação alimentar e a inflação subjacente continuaram a diminuir. 
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