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OCDE corta previsões do PIB mundial e da Zona Euro e admite contração no 1.º trimestre

O potencial impacto económico do coronavírus Covid-19 levou a OCDE a rever em baixa o crescimento económico mundial de 2020 de 2,9% para 2,4%. Já o PIB da Zona Euro vai crescer apenas 0,8%.

A OCDE escolheu uma imagem de um aeroporto vazio para ilustrar o relatório publicado esta segunda-feira
02 de Março de 2020 às 10:04
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A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) cortou as projeções económicas para 2020 esta segunda-feira, 2 de março, no Economic Outlook interino, onde admite que pode haver uma contração da economia mundial no primeiro trimestre de 2020.

O potencial impacto económico do coronavírus Covid-19 levou a OCDE a rever em baixa o crescimento económico mundial de 2020 de 2,9% para 2,4%, o que confirmar-se será o mais baixo desde 2009. Já o PIB da Zona Euro vai crescer apenas 0,8% em 2020.

O maior corte das projeções ocorre no PIB da Índia que é revisto em baixa em 1,1 pontos percentuais para os 5,1%. Segue-se a economia chinesa com menos 0,8 pontos, com um crescimento de 4,9%. 

Já para 2021 a revisão é em alta, prevendo-se uma recuperação face a este ano. A previsão para o PIB mundial é de 3,3%, mais três décimas do que em novembro do ano passado. Para o PIB da Zona Euro manteve-se nos 1,2%.

Esta atualização da OCDE - num relatório apelidado "Coronavírus: A economia mundial em risco" - afunda as taxas de crescimento a nível mundial para níveis que não se via há uma década. As previsões da OCDE assumem que o surto do Covid-19 irá atingir o seu pico ainda neste primeiro trimestre de 2020 e que o impacto noutras regiões fora da China será "contido". 

Contudo, num cenário em que a situação piore ainda mais, a OCDE recomenda que haja "políticas coordenadas" entre as maiores economias tanto ao nível da saúde pública como de estímulos económicos. Nesse caso, o crescimento mundial poderia ser de apenas 1,5% com a possibilidade de recessões em economias como o Japão e a Zona Euro.

Na conferência de imprensa, a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, avisou que a natureza deste desafio faz com que a política monetária não seja a ferramenta mais apropriada. "Não é apenas um choque na procura. É um choque na confiança e uma disrupção na cadeia de distribuição com a qual os bancos centrais não conseguem lidar sozinhos", alertou Boone, numa altura em que alguns bancos centrais, principalmente a Fed e o Banco do Japão, já garantiram que vão tomar as medidas adequadas.

Na opinião da OCDE, a ação deve vir da parte dos Estados com maior investimento público: as medidas podem incluir mais orçamento para os serviços de saúde, maior flexibilidade no horário de trabalho com garantias de que o salário é pago, maior liquidez para o setor financeiro e ajuda focada em setores mais afetados como o turismo. A Organização dá o exemplo da Alemanha como um país que pode gastar mais sem comprometer a sustentabilidade da sua dívida.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)
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