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Motor do euro gripado. Alemanha já só prevê crescimento de 0,8% em 2019

Que a economia alemã estava a abrandar, assim como a do conjunto da Zona Euro, já se sabia. Mas afinal a travagem é ainda mais forte: o jornal Handelsblatt escreve, com base num documento governamental a que teve acesso, que o governo alemão projeta um crescimento do PIB de 0,8% em 2019, abaixo dos 1% oficialmente estimados.

EPA
11 de Março de 2019 às 10:26
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O motor da economia europeia está a perder mais força do que era até aqui antecipado. O jornal alemão especializado em economia Handelsblatt noticia esta segunda-feira, 11 de março, citando um documento do ministério das Finanças a que teve acesso, que a economia germânica deverá crescer apenas 0,8% em 2019.

Esta projeção, que não é oficial, consiste numa revisão em baixa relativamente à expansão de 1% do PIB estimada oficialmente em janeiro último. A economia germânica, a maior do bloco do euro, cresceu 1,4% em 2018.

O ministério tutelado pelo social-democrata Olaf Scholz (na foto) atribui esta travagem maior do que esperada ao abrandamento da economia global numa fase persiste a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, bem como os riscos políticos que pendem sobre o bloco do euro, sobretudo a incerteza em torno do Brexit e a ameaça de incumprimento orçamental por parte do governo eurocético italiano.

A confirmar a degradação das condições económicas na Alemanha estão ainda os dados revelados esta manhã que mostram que a produção industrial germânica recuou de forma inesperada em janeiro (-0,8%), sendo que os economistas antecipavam um crescimento de 0,5%. O setor automóvel foi o responsável por esta queda inesperada.

Estes indicadores surgem depois de na passada sexta-feira ter também sido divulgado que as encomendas à indústria alemã encolheram 2,6% em janeiro comparativamente com o mês anterior, uma queda inesperada tendo em conta que as estimativas apontavam para um aumento de 0,5%. 

A Alemanha é determinante para explicar a quebra mais acentuada do que inicialmente previsto da Zona Euro, já que além de ser a maior economia da moeda única o abrandamento verificado no bloco do euro resulta em grande medida do abrandamento da produção industrial. 

Dados económicos que se somam à estagnação das exportações alemãs registada em janeiro e ao aumento de 1,5% das importações. Tudo isto depois de a economia alemã ter escapado por uma unha negra à entrada em recessão técnica no final de 2018, já que ficou à beira de acumular dois trimestres consecutivos a contrair. Segundo refere a Bloomberg, apesar de não ter ainda revisto as suas estimativas, o banco central alemão (Bundesbank) reconhece o momento difícil que a economia germânica atravessa.

Há uma semana, a OCDE baixou as perspetivas de crescimento para a Zona Euro e também para o PIB alemão, apontando um crescimento de 0,7%, a que se juntou depois o Banco Central Europeu que voltou a rever em baixa as projeções para a área da moeda única.

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