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MEE: "Portugal reforçou o seu estatuto de país que deixou a crise para trás"

Um dos responsáveis do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) elogiou a recuperação económica portuguesa, assegurando que a crise ficou no passado.

24 de Janeiro de 2019 às 09:30
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"É justo dizer hoje que Portugal reforçou o seu estatuto de país que deixou para trás de forma bem sucedida as consequências da crise". Estas declarações são do vice-diretor das relações institucionais e de estratégia do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Matjaž Sušec, que é o key note speaker da conferência da Fitch que se realiza esta quinta-feira, 24 de janeiro, em Lisboa.

Sob o tema, "A economia portuguesa: a perspetiva de um credor de longo-prazo", Matjaž Sušec - que desde o final do programa de ajustamento visita Portugal nas missões pós-programa - assinalou que a economia portuguesa está melhor, mas precisa de políticas para combater a desaceleração. É certo que Portugal está "menos vulnerável a choques económicos", mas os desafios do futuro são grandes.

O responsável do MEE destacou o crescimento económico "relativamente alto" dos anos mais recentes, "até em comparação com a Zona Euro", como uma das vitórias da economia portuguesa desde que saiu do programa de ajustamento em 2014. Contudo, tal como os países do euro, Portugal entrou num período "menos favorável" do ciclo económico.

"Isto implica uma mistura de política que mantenham viva a agenda reformista e que continuem a política orçamental prudente, em linha com as recomendações específicas por país do Conselho Europeu", refere, destacando a necessidade de reforçar as expectativas dos investidores sobre a evolução da economia. 

O Mecanismo sugere que se reduza a parte da economia que não é transacionável e que se aumente a produtividade do trabalho.

Elogiando o papel do IGCP, Matjaž Sušec assinala que as melhores condições de financiamento a que Portugal tem acesso devem-se não só à política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE), mas também é resultado da melhoria da confiança dos investidores.

"Desde o final do programa de ajustamento, as autoridades portuguesas fizeram um trabalho notável em manter o acesso aos mercados e em reconquistar o nível de investimento no rating das maiores agências de rating", afirmou Sušec, notando que "a política orçamental prudente e as políticas de gestão da dívida também possibilitaram que o país fizesse o pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional, o que melhorou o perfil de maturidade da dívida pública e que gerou poupanças nos juros a pagar". 

Setor bancário "muito mais resiliente"

Para o Mecanismo Europeu de Estabilidade - que em breve será o responsável por emprestar dinheiro ao Mecanismo Único de Resolução para salvar bancos europeus - a banca portuguesa "estabilizou" nos últimos anos, tornando-se "muito mais resiliente".

Tal deve-se às recapitalizações que aconteceram nos últimos anos, mas também graças ao ciclo económico positivo e à redução do crédito malparado. "Em 2018, os lucros dos bancos atingiram um máximo desde a crise", destacou o responsável do MEE.

Contudo, a instituição mantém cautela sobre o futuro uma vez que "Portugal ainda é um dos países com os níveis mais elevados de crédito malparado na Zona Euro". 


(Notícia atualizada às 9h37)
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