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ISEG vê PIB deste ano 3,2% acima do pré-pandemia
Para o último trimestre do ano, a escola de economia e gestão aponta a grande incerteza, sendo o consumo privado "decisivo" e a ter um crescimento real tal só acontecerá por causa das medidas de apoio.
O ISEG reviu em ligeira alta a previsão de crescimento da economia para este ano, apontando para uma expansão de 6,7%, em linha com as projeções mais recentes do Ministério das Finanças, do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas. Assim, deverá ficar 3,2% acima do pré-pandemia.
"Em termos anuais, atendendo ao crescimento registado até ao 3.º trimestre considera-se que o crescimento mais provável em 2022 será de 6,7%, valor que, apesar do pessimismo e da queda da confiança registada depois do 1º trimestre, ultrapassa as expectativas iniciais", lê-se na Síntese de Conjuntura de novembro divulgada esta sexta-feira, 18 de novembro.
Tendo em conta esta previsão, o Grupo de Análise Económica do ISEG acredita que "o PIB de 2022 terá recuperado o nível pré-pandemia e situar-se-á cerca de 3,2% acima do registado em 2019, último ano antes da pandemia".
O indicador de tendência da atividade global calculado pelo ISEG registou uma "desaceleração em setembro" e deverá continuar durante o 4.º trimestre devido ao efeito base do ano anterior. EM todo o caso, o Grupo de Análise espera uma variação homóloga "relativamente robusta", devendo "atingir valores ligeiramente abaixo ou em torno de 3%."
Para o quarto trimestre, a evolução do PIB é vista como "mais incerta", sendo que aqui o consumo privado vai ser "decisivo". "É sabido que o nível de inflação atualmente registado, sem medidas compensatórias, provavelmente eliminaria a possibilidade de crescimento real do consumo privado", conclui o ISEG, acreditando que "as medidas tomadas para sustentar os rendimentos das famílias podem contrariar uma acentuada queda do consumo".
Mais, tendo em conta a poupança que foi muito reforçada durante a pandemia e que está a ser esvaziada pode "contrariar a queda real do consumo privado num trimestre geralmente favorável ao consumo". Tenha uma variação positiva ou negativa, "o mais provável é que seja muito pequena" no quarto trimestre, conclui o ISEG.