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Há 2,6 milhões de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social

O INE publicou dados sobre a pobreza de 2015, mas também alguns números já para este ano. Inquérito feito em 2016 conclui que há 2,6 milhões de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social.

Bruno Simão/Negócio
15 de Dezembro de 2016 às 13:02
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Estas pessoas correspondem à população que está em risco de pobreza, que vive em agregados onde os adultos trabalharam menos de 20% do tempo que era possível ou que está numa situação de "privação material severa". Tudo somado, um em cada quatro portugueses estão nessa situação (25,1%).

 

Importa referir que estes dados são diferentes do risco de pobreza, que o INE também publicou esta manhã. Nesse caso, a percentagem reflecte o número de pessoas que vive com menos de 439 euros por mês, o equivalente a 60% da mediana do salário líquido em Portugal.

 

O INE explica que a estratégia Europa 2020 definiu como objectivo reduzir em 20 milhões o número de pessoas "em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia". Nesse sentido, foi definido um indicador harmonizado que permite avaliar o cumprimento desse objectivo, juntando conceitos de pobreza relativa, privação material e integração no mercado de trabalho.

 

"De acordo com o inquérito realizado em 2016, 2,6 milhões de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social (pessoas em risco de pobreza ou vivendo em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida ou em situação de privação material severa)", pode ler-se na publicação do INE. "Consequentemente, a taxa de pobreza ou exclusão social é de 25,1%, menos 1,5 pontos percentuais do que no ano anterior."

 

8,4% dos portugueses em privação material severa

 

Como se calcula a privação material de uma pessoa? O INE parte de nove itens relacionados com as "necessidades económicas e de bens duráveis" de uma família. Não ter acesso a três deles faz com que essas pessoas sejam classificadas como estando em privação material. Se não tiver acesso a quatro ou mais essa privação material é considerada "severa". "Em 2016, a taxa de privação material dos residentes em Portugal é de 19,5% e a taxa de privação material severa é de 8,4%, mantendo-se a tendência de redução das duas séries", referem os técnicos do INE.

 

Segundo estes dados, em 2016 47,2% dos portugueses vivem em agregados familiares que não conseguem pagar uma semana de férias fora de casa. O valor parece alto, mas ainda assim apresenta um recuo face aos 51,3% de 2015. 38,3% não tem capacidade para fazer face a uma despesa inesperada que ronde o valor da linha da pobreza (um pouco acima dos 400 euros); 22,5% está integrada num agregado familiar que não tem dinheiro para manter a casa aquecida; e 9,3% não tem capacidade para pagar a tempo a renda ou outras despesas correntes.

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