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FT: Austeridade dividiu Portugal

O Financial Times dedica um longo dossiê sobre Portugal. António Costa, defende o correspondente em Lisboa, vai afastar o país da aliança com Merkel.

A segunda posição é ocupada pela chanceler alemã Angela Merkel, que subiu da quinta posição para o pódio. Merkel “é a espinha dorsal dos 28 membros da União Europeia, e as suas acções decisivas sobre o problema dos refugiados sírios e sobre o problema da dívida grega ajudaram-na a subir nesta listagem”.
Bloomberg
Negócios 01 de Dezembro de 2015 às 09:50
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António Costa vê Portugal a juntar-se a França, Espanha, Itália e Grécia na defesa de regras orçamentais europeias mais flexíveis, escreve o correspondente do Financial Times em Lisboa num longo dossiê que é publicado esta terça-feira 1 de Dezembro. Uma mudança política que fará com que a chanceler alemã Angela Merkel (na foto) perca Portugal como um dos seus aliados da disciplina orçamental.

Mas a saída de Portugal desse grupo é colocada de forma pacífica. António Costa, diz o FT, coloca de parte a possibilidade de colocar Portugal em conflito com os seus credores. O seu objectivo é retirar Portugal do "ciclo de empobrecimento de forma responsável" apoiado por uma "leitura inteligente e flexível" das regras orçamentais europeias ("fiscal compact").

Com o título "Portugal dividido pela austeridade" a que se junta um outro em que diz que a austeridade uniu a direita com a esquerda, para contar como o PS se aliou historicamente à esquerda, o correspondente do FT em Lisboa descreve os últimos dias políticos em Portugal que levaram António Costa ao poder.


O embaixador Francisco Seixas da Costa é um das personalidades citadas. "A experiência dos últimos quatro anos criou uma profunda divisão na sociedade portuguesa e o centro político quase desapareceu", afirma Francisco Seixas da Costa, acrescentando que "uma parte da sociedade queria manter Pedro Passos Coelho no poder e outra parte queria livrar-se dele a qualquer preço". Um quadro que permite concluir que foi essa a força indutora da aliança histórica à esquerda.

 

Pedro Ferraz da Costa dá ao FT a outra perspectiva. "Fizemos um esforço diabólico para chegarmos onde estamos hoje", afirma o ex-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) que lidera actualmente o Fórum da Competitividade. "O que me preocupa", acrescenta, "é o desejo do Governo de aumentar o consumo privado" o que provocará um aumento das importações. E, alerta, se isso degradar as contas externas, o país terá de pedir de novo ajuda financeira.


O trabalho do FT está enquadrado pela história política recente de Portugal. A coligação PáF (Portugal à Frente), que integrava o PSD e o CDS, ganhou as eleições de 4 de Outubro, tomou posse como Governo indigitada pelo Presidente da República mas caiu passados 27 dias após a aprovação de uma moção de rejeição que uniu o PS ao PCP e ao Bloco de Esquerda.

António Costa, líder do PS, acabou por ser indigitado como primeiro-ministro num Executivo que tomou a 26 de Novembro e que é parlamentarmente suportado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda.

 

O investimento chinês

O investimento da China em Portugal é outro dos temas do dossiê sobre Portugal. "Empresários chineses injectam milhares de milhões em empresas portuguesas" é o título para registar que Portugal, apesar de representar apenas 1,3% da União Europeia, é um dos países que mais investimento chinês recebeu tendo à sua frente apenas o Reino Unido, a Alemanha e a França.


O vice-presidente da AICEP Pedro Ortigão Correia, citado pelo FT, diz que essa entrada de capital em Portugal é uma imagem não apenas da qualidade dos activos mas também de uma relação de proximidade. Além disso, defendeu, o país oferece uma plataforma para 250 milhões de consumidores.

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