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Exposição da banca nacional aos PALOP duplica na crise

Os bancos portugueses têm nos seus balanços cerca de 16,5 mil milhões de euros de activos que têm como contraparte instituições dos países africanos de língua portuguesa. São já 19% do total de activos internacionais.

Simon Dawson/Bloomberg
19 de Novembro de 2015 às 14:05
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É o que se pode chamar uma alteração de estrutura bancária. Em cinco anos de crise os bancos nacionais reduziram os seus activos internacionais em quase 30%, acompanhando o inevitável encolher dos seus balanços, mas desde o final de 2009 quase duplicaram a exposição aos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Os dados foram divulgados quinta-feira, dia 19 de Novembro, pelo Banco de Portugal.

Um novo conjunto de informação que passa a ser divulgado no Boletim Estatístico do Banco de Portugal – "estatísticas bancárias internacionais em base consolidada" – dá a conhecer os activos internacionais nos balanços dos bancos residentes (incluem empréstimos, acções, títulos de dívida e outros), permitindo distinguir entre activos com contractos celebrados com entidades estrangeiras independentemente destas os continuarem a garantir (risco imediato), e activos face à contraparte internacional que efectivamente garante o activo (risco de última instância).

Considerando o risco de última instância, os bancos portugueses tinham, no final de Junho, activos estrangeiros nos seus balanços avaliados em cerca de 87 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 28% face ao máximo atingido no final do primeiro trimestre de 2010. A queda durante a crise reflecte reduções na generalidade das exposições regionais, incluindo BRIC e off-shores. A excepção são os PALOP.

A mudança de estrutura de exposição de riscos internacionais da banca portuguesa fica bem evidente na comparação entre o que se passou na Zona Euro e nos países africanos de língua portuguesa, onde se destacam Moçambique e Angola (O BdP não fornede dados desagregados por países).

O máximo de activos da Zona Euro foi atingido em Setembro de 2009 com 59 mil milhões de euros. Desde então a exposição nacional a instituições sedeadas na moeda única caiu 36% para 37,5 mil milhões de euros de activos em Junho deste ano.

No mesmo período os activos detidos por instituições portuguesas que, em última instância, têm uma contraparte nos PALOP, aumentou 96% de 8,4 mil milhões de euros (cerca de 7% do total dos activos internacionais na altura) para 16,5 mil milhões em Junho deste ano, o que equivale a 19% do total de activos internacionais.

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