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Exportações registam em março maior quebra homóloga num ano

Vendas ao exterior ficaram 13,6% abaixo de um ano antes, com a maior diminuição a ocorrer nos fornecimentos a indústrias de outros países. Já as importações caíram 15,5%.

Além deste, houve só mais dois anos com excedente nas contas externas no segundo trimestre neste século.
Luís Guerreiro
Maria Caetano mariacaetano@negocios.pt 10 de Maio de 2024 às 11:51
As exportações nacionais ficaram em março 13,6% abaixo de um ano antes, registando a maior quebra homóloga no período de um ano, sob influência, sobretudo, de reduções nos valores nominais das vendas de fornecimentos industriais, de material de transporte e de maquinaria face a período igual de 2023.

As estatísticas do comércio internacional detalhadas para o período até março, divulgadas nesta sexta-feira pelo INE, mostram porém uma quebra maior do lado das importações, de 15,5%, em resultado também de reduções no valor das compras nacionais em iguais categorias de bens, assim como nos valores nominais de combustíveis importados.

Os dados relativos a março deste ano comparam no entanto com aquele que foi o melhor mês para as vendas nacionais em 2023, marcado por uma subida de exportações, então, de 18,3%. A evolução, quer do lado das exportações como das importações, segue também influenciada pela redução dos preços no comércio internacional após um forte ano de inflação, com impacto nos atuais valores nominais das transações. Segundo o INE, os preços dos bens exportados estavam em março 2,3% abaixo de um ano antes, enquanto os das importações diminuíam 3,1%.

À semelhança do que ocorreu nas exportações, também as importações registam uma das maiores variações homólogas negativas dos último ano, sendo apenas superada por uma quebra de 15,7% ocorrida em agosto último.

Para a evolução das exportações em março contribuiu, sobretudo, uma diminuição dos produtos transformados e primários vendidos por Portugal a indústrias de outros países (-16,9%), a descida de vendas de automóveis e outro material de transporte (-16%), assim como de máquinas e outros bens de capital (-13,9%). As vendas de bens de consumo também diminuíram (-11,6%).

As descidas rondam ou superam os dois digítos na totalidade dos dez principais mercados de destino das vendas portuguesas, sendo que para os principais parceiros - Espanha e França - as quebras são, respetivamente, de 15,8% e de 16,2%.

Em termos trimestrais, a evolução nas trocas de bens de Portugal com o resto do mundo é também negativa, mas em bastante menor medida, após janeiro e fevereiro terem sido marcados por estabilização, primeiro, e depois por algum aumento nas vendas aoo exterior face a um ano antes.

Segundo o INE, as exportações dos primeiros três meses do ano ficam 4,2% abaixo de período igual de 2023, sendo que as importações registam uma dimuição de 6,2%.

Neste período, o saldo da balança comercial acumula um défice de 5.692 milhões de euros, ficando 12,7% abaixo daquele que foi registado no primeiro trimestre do ano passado.
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