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Exportações e importações de bens no G20 caem no segundo trimestre

Queda na procura e diminuição dos preços das mercadorias levaram a uma contração nas trocas comerciais no conjunto das 20 economias mais industralizadas do mundo entre abril e junho. Exportações e importações de serviços também desaceleraram.

Desde 2012 que as trocas comerciais têm vindo a descer, mas redução acentuou-se com a pandemia e parece ter vindo para ficar com a guerra.
Julio Cesar Chavez/Reuters
24 de Agosto de 2023 às 11:01
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As exportações e importações de bens nas 20 economias mais industrializadas do mundo (G20) contraíram no segundo trimestre, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Essa queda nas trocas comerciais reflete uma procura mais fraca e uma diminuição dos preços das mercadorias.

Os dados da OCDE revelam que as exportações de bens do G20 caíram 3,1% entre abril e junho, em comparação com o trimestre anterior, em termos nominais (que não excluem os efeitos da inflação) e ajustados de sazonalidade e efeitos de calendário. Já as importações de bens do G20 registaram uma contração inferior à das exportações, de 2%.

A queda nos preços das matérias-primas, sobretudo energia, explicam grande parte desta contração nas trocas comerciais do grupo de países que junta a Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e os 27 Estados-membros da União Europeia.

A maior queda trimestral nas exportações verificou-se na Austrália (-11.8%), seguida pela Indonésia (-9%) e Índia (-6,6%). Seguem-se os Estados Unidos e China, com as exportações de bens a afundaram, em ambos os países, 5,7% face ao primeiro trimestre. A China foi penalizada sobretudo pela redução nas vendas de produtos eletrónicos.

Por outro lado, as importações de bens caíram 2% nos Estados Unidos e 2,5% na China. A maior queda nas importações deu-se no Japão (-8,1%), Coreia do Sul (-7,9%) e Turquia (-6,2%).

Na União Europeia (UE), as exportações de mercadorias diminuíram na Alemanha e Itália no segundo trimestre, mas cresceram, "a um ritmo sólido embora lento", em França, "impulsionadas pelo equipamento de transporte, em particular aeronáutica". Já as importações da UE diminuíram 1,2%, devido à redução dos preços da energia.

Exportações e importações de serviços também desaceleram

Os dados preliminares da OCDE apontam também para uma desaceleração acentuada nas trocas comerciais de serviços do G20, onde o turismo tem um peso significativo. Estima-se que as exportações tenham desacelerado de 4,5% para 0,2% no segundo trimestre, enquanto as importações caíram 0,6% entre abril e junho, após terem crescido 8,8% no trimestre anterior.

A OCDE ainda não tem dados sobre a evolução das trocas comerciais de serviços na UE, mas no primeiro trimestre as exportações tinham já dado sinais de desaceleração. Na Alemanha – a maior economia europeia –, as exportações de serviços tiveram uma queda trimestral de 1,7%, e em França abrandaram para 0,6%. Já as importações de serviços da Alemanha subiram 1% e afundaram 7,2% em França.

Nos Estados Unidos, as exportações de serviços cresceram 1%, enquanto as importações diminuíram 1,3%, devido sobretudo a uma menor procura por transportes e viagens. Na China, houve uma queda tanto nas exportações como nas importações: -4,4% e -1,4%, respetivamente.
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