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Em 2020 as exportações vão ser 70% mais altas do que no pré-crise

As exportações de turismo tiveram no ano passado uma das taxas de crescimento mais elevadas desde o início dos anos 90. O ritmo de 2017 só é comparável ao do ano da Expo’98.

Pedro Elias
28 de Março de 2018 às 11:00
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A economia portuguesa vai continuar a crescer até 2020, embora a um ritmo mais lento do que o verificado no ano passado. Mesmo assim, dentro de três anos as exportações nacionais já serão 70% superiores aos níveis do pré-crise. As projecções são do Banco de Portugal e foram publicadas esta quarta-feira, 28 de Março.

A instituição liderada por Carlos Costa deixou inalteradas as previsões para o horizonte de 2018 a 2020. Este ano o PIB deverá aumentar 2,3% – menos do que os 2,7% registados em 2017, mas um valor que fica uma décima acima da meta definida pelo Governo de António Costa no Orçamento do Estado para 2018.

Em 2019 o crescimento económico deverá abrandar para 1,9% e em 2020 a economia já só deverá crescer 1,7%.

O abrandamento do ritmo de subida do PIB explica-se por três motivos fundamentais: primeiro, porque o próprio ciclo de crescimento económico português deverá maturar; segundo, porque também o contexto internacional deverá sofrer o mesmo abrandamento; e terceiro porque a economia nacional mantém constrangimentos estruturais que limitam o seu crescimento potencial.

Assim, a projecção do Banco de Portugal aponta para um crescimento económico a um ritmo muito semelhante ao da Zona Euro, o que impede o país de atalhar caminho e recuperar o tempo perdido de divergência face à Europa.

Mesmo assim, no final do horizonte de projecção, o PIB será 4,7% superior ao nível de 2008 (considerado como o ano pré-crise), o consumo privado estará 4% mais alto e o investimento empresarial 6,4% acima.


Modelo de crescimento mantém-se sustentável

Apesar do abrandamento esperado, isso não implica que o modelo de crescimento português tenha uma composição insustentável. Antes pelo contrário: o Banco de Portugal antecipa que sejam as exportações e o investimento, suportadas por um crescimento moderado do consumo privado (a um ritmo inferior ao do PIB) a justificar a expansão da economia.

No que toca às exportações, os ganhos de quota de mercado, que permitiram os aumentos surpreendentes verificados no ano passado, vão continuar, mas mais moderados. Aliás, o Banco de Portugal explica que foi sobretudo a sua projecção para o comportamento das exportações que justificou o erro de 0,9 pontos percentuais na antecipação do ritmo de crescimento do PIB no ano passado, quando o projectou em Março.

"Verificou-se em 2017 um aumento de 15,4% nas exportações de turismo, o que constitui uma das taxas de crescimento mais elevadas desde o início dos anos 90, apenas comparável à taxa observada em 1998, ano da realização em Lisboa da Exposição Universal (Expo’98)", explica o boletim do Banco de Portugal.

Ao mesmo tempo, o investimento empresarial também vai continuar a crescer a bom ritmo, com uma média de 6% durante o período de projecção do Banco de Portugal. Este valor é, ainda assim, inferior aos 9% registados em 2017.

E do lado do consumo privado, o crescimento será contido, abaixo da subida do PIB em 2018 e em linha nos dois anos seguintes. O banco central adianta que o consumo estará limitado pelos ainda elevados níveis de endividamento das famílias e por salários reais a crescer pouco, ao ritmo dos aumentos de produtividade, que serão baixos.

Seja como for, a capacidade de financiamento da economia vai manter-se, reforçando-se mesmo quando comparada com a de 2017. O Banco de Portugal reconhece que o saldo da balança de bens e serviços vai piorar um pouco, mas estima que o efeito seja compensado pelas restantes componentes da balança.

"Em 2018 o excedente da balança corrente e de capital deverá aumentar 0,7 pontos percentuais para 2,1% do PIB, mantendo-se relativamente estável em torno de 2% do PIB ao longo do horizonte de projecção", lê-se no documento.

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